O Edital Traços, projeto integrante da Plataforma Alas que visa fortalecer a trajetória profissional, educacional e pessoal de pessoas negras e ampliar a diversidade racial em espaços de influência e decisão, já sabe quem são as lideranças que avançaram para a segunda fase do processo de seleção.
Esta edição do projeto, que é uma iniciativa da Fundação Tide Setubal realizada em parceria com o Instituto Ibirapitanga, Open Society, Porticus América Latina e Instituto Galo da Manhã, fomentará até 70 lideranças negras com idade entre 21 e 45 anos, nascidas e/ou moradoras de periferias ou contextos periféricos urbanos, com envolvimento nas seguintes áreas:
- Política Institucional: o perfil das(os) candidatas(os) elegíveis diz respeito a ativistas atuantes na defesa de direitos e de valores democráticos e que almejam ocupar cargo eletivo nos Poderes Executivo ou Legislativo. Vale ressaltar que, nesta categoria, campanhas políticas não serão apoiadas;
- Carreira Jurídica: as(os) candidatas(os) devem ser lideranças atuantes no enfrentamento do racismo institucional. Além disso, elas(es) deverão ser profissionais que almejam ocupar espaços jurídicos do setor público, no Poder Judiciário, nas funções de juiz(a), promotor(a) de justiça, defensor(a) público(a), delegada(o) de polícia ou procurador(a)/advogada(o) pública(o).
Na próxima etapa, os postulantes ao aporte financeiro de R$ 15 mil, que poderá ser investido em atividades formativas de diversas naturezas que contribuam com a trajetória dessas mesmas lideranças, passarão por entrevistas e avaliação feita pela banca julgadora do edital. A lista final de aprovadas(os) no Edital Traços será divulgada em 21 de janeiro de 2022.
Confira a relação das lideranças que avançaram para a segunda fase.
Raio-x das inscrições
O Edital Traços teve 382 respostas ao formulário de inscrição e 180 inscrições que atenderam aos principais requisitos de elegibilidade do edital. Entre as 180 inscrições, 125 foram relativas ao eixo de Política Institucional e outros 55 para a categoria Carreira Jurídica.
Quanto ao recorte por gênero, 112 das inscrições corresponderam às mulheres (111 cis e uma trans), 62 a homens (61 cis e um trans), duas a pessoas não-binárias e outras quatro abrangeram pessoas que não informaram a identidade de gênero. Já sobre a cor, 156 pessoas inscritas eram pretas e 24, pardas.
Outro ponto a ser destacado compreende a divisão regional das inscrições. A região Sudeste teve 93 lideranças, enquanto 49 inscrições vieram do Nordeste. O Sul é representado por 16 lideranças, o Centro-Oeste conta com 13 pessoas envolvidas e, por fim, a região Norte tem nove pessoas inscritas no Edital Traços.
Para Viviane Soranso, coordenadora do Programa Raça e Gênero da Fundação Tide Setubal, desenvolver programas para preparar lideranças negras para o ingresso nas esferas política e jurídica é fundamental para dar visibilidade e fortalecê-las, pois o racismo e o machismo são desafios que devem ser superados para as desigualdades socioespaciais serem enfrentadas no Brasil.
“É necessário que os poderes público e jurídico também assumam suas responsabilidades na promoção da equidade racial e de gênero em seus quadros – as ações afirmativas nos concursos são um caminho fundamental para aumentar a diversidade nos espaços de decisão. É importante que as cotas sejam adotadas para todas as carreiras, inclusive as de maior remuneração e prestígio, fato que isso ainda não é realidade em todo o país”, destaca Viviane Soranso.
Próximos passos
Acompanhe as atualizações sobre o Edital Traços no site da Fundação Tide Setubal, nas páginas do Facebook e do LinkedIn, no perfil da fundação no Instagram e na página do edital na Plataforma Alas.