Dia pela Democracia pede mais diálogo, tolerância e eleições limpas
Em meio à profusão de artistas de rua, comerciantes e pessoas aproveitando o dia de sol na Paulista Aberta, em 22 de abril aconteceu o Dia pela Democracia, evento que reuniu mais de 50 organizações da sociedade civil, todas signatárias de um pacto em defesa do diálogo, respeito mútuo no ambiente democrático e de repúdio […]
Em meio à profusão de artistas de rua, comerciantes e pessoas aproveitando o dia de sol na Paulista Aberta, em 22 de abril aconteceu o Dia pela Democracia, evento que reuniu mais de 50 organizações da sociedade civil, todas signatárias de um pacto em defesa do diálogo, respeito mútuo no ambiente democrático e de repúdio a atos de violência e intolerância.
O evento foi organizado pela iniciativa Pacto Pela Democracia, uma coalização de grupos com diferentes visões e posições, mas alinhados no propósito de atingir um comum acordo para que exista mais diálogo e tolerância no ambiente político, as eleições sejam livres e limpas, e o próximo governo comprometa-se a realizar uma reforma política com ampla participação popular.
“O Pacto pretende estender essa coalizão para além dos atores da sociedade civil, dialogando também com partidos e políticos, para que todos comprometam-se com bom funcionamento da democracia, na tentativa de criar um trilho para a saída da crise democrática na qual nos encontramos”, afirma o cientista político Ricardo Borges Martins, coordenador da iniciativa.
A Fundação Tide Setubal foi uma das organizações participantes do Dia Pela Democracia. “A organização está em um momento de abrir-se para a atuação em causas ligadas à diversidade, que constituem a base para a democracia hoje. O Brasil passa por um momento social que parou de ter como foco e centro apenas o trabalhador, e passou a contemplar grupos e identidades diferentes. É uma democracia com um sentido muito mais ampliado, voltado aos direitos sociais como um todo. Então é natural que a Fundação Tide Setubal integre o movimento pelo fortalecimento da democracia nesse contexto”, diz Marcio Black, especialista em cultura da Fundação Tide Setubal.
No Dia pela Democracia, aconteceram diferentes rodas de conversa, abertas a todos que passassem pela Paulista. Na atividade “Os desafios da desigualdade para a participação”, Andrelissa Ruiz, da Fundação Tide Setubal, falou sobre o Plano de Bairro do Jardim Lapenna e como ele envolve diferentes atores do território. Ao seu lado, a agente de saúde da UBS do Lapenna, Vânia Linhares, abordou os muitos desafios enfrentados pela população local: “No Lapenna, temos muitos moradores que vivem em casas de palafita dentro do Rio, as pessoas estão realmente à margem, marginalizadas. Elas podem não conhecer o significado da palavra Constituição, mas entendem a palavra sobrevivência, é o que fazem todos os dias. Na periferia, a constituição é negada todos os dias. Quando você pensa na democracia, se pergunta onde está o direito à moradia?”, questionou.
Na sequência, a roda “Vencer a Crise: que mudanças precisamos na sociedade, na política e nas regras do jogo para sair dessa pela democracia?” reuniu diferentes opiniões sobre como a sociedade civil pode fortalecer o funcionamento democrático do país. “A defesa da democracia implica em se colocar no lugar de escuta e ouvir o outro. Fortalecer a democracia passa por saber escutar, mas também refletir sobre o que eu ouvi. O grande desafio, bem simbolizado aqui na Paulista aberta, é como construir um espaço comum. Não adianta só ouvir e respeitar as diversidades mas cada um continuar em sua caixinha, segregado”, afirmou Maria Alice Setubal, presidente do conselho da Fundação Tide Setubal, durante o debate.
Para encerrar o dia, a Fundação trouxe à paulista a banda nordestina Seu Pereira e Coletivo 401, que tocou até a reabertura da avenida para a passagem de carros.
Saiba mais sobre o Pacto pela Democracia em www.pactopelademocracia.org.br