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Narrativas do Gênero: o Conto e o Cotidiano foi o tema da primeira Conversa com Autoras

Prática de desenvolvimento

12 de dezembro de 2016
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Se o espaço literário ainda é restrito para as produções de mulheres por conta do machismo enraizado na sociedade, que enaltece principalmente escritores homens, as autoras negras enfrentam também a luta contra o racismo. Não por acaso, muitas das narrativas redigidas por mulheres negras trazem histórias que celebram o ser negro, comprometidas com a memória, a ancestralidade, as perdas, a pobreza, a superação, entre tantas outras questões.

 

Essas questões entraram em debate durante a conversa com autoras no dia 9 de novembro. Participaram do encontro as escritoras Cidinha da Silva, Débora Garcia e Miriam Alves.

 

A escritora mineira Cidinha da Silva defendeu: “O enfrentamento ao racismo e ao machismo é cotidiano. Precisamos rever nossas ações a todo momento por toda a nossa vida”. Em alguns de seus livros, a autora retoma, fortemente, as relações de gênero e étnicas no Brasil.

 

Por sua vez, a poeta, dramaturga e prosadora Miriam Alves, que também compôs a mesa, lembrou: “Na literatura negra, não existe só o tema do chicote, da miséria e da mulher que apanha do marido. Nós, autoras negras, ocupamos diversos espaços. Nós também temos dramas existenciais, que não se relacionam com a nossa posição social”.

 

A conversa foi mediada por Débora Garcia, escritora, natural da zona leste de São Paulo e fundadora do Sarau das Pretas, que garantiu: “A história de vida dessas grandes escritoras, assim como a minha, estão muito próximas do tema narrativa feminina, feminista e negra dentro da literatura. Foi uma honra para mim poder partilhar dessa vivência com elas”.

 

Ainda segundo Cidinha Silva, é preciso debates como esse para divulgar o trabalho de escritoras negras e discutirmos suas produções literárias. “Em conversa como essa, os temas com os quais trabalhamos emergem. Mas eu gosto muito é da oportunidade de discutir o processo de tratamento desses temas”, afirmou.

 

“Gostei da oportunidade de ter um espaço dentro da universidade, falando com estudantes de Letras sobre literatura negra. Quanto mais falarmos sobre essa literatura, mais disseminaremos a ideia”, encerrou Miriam Alves.

 

“Achei importante esse debate, principalmente porque conhecemos pouco sobre a literatura feminina e, sobretudo, a feminina negra. Acredito que não abordar esses temas na nossa formação pode comprometer de alguma forma a prática”, declarou Larissa Gomes Souza, estudante do 6º semestre do curso de Letras da Universidade Cruzeiro do Sul.


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