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Home > Comunicação > Notícias

A desigualdade no Brasil tem cor, gênero e localização geográfica – Entrevista com Alan Pessoa Valadares

Confira a entrevista com Alan Pessoa Valadares sobre a pesquisa 'Percepções Sobre as Desigualdades no Brasil', da Fundação Itaú

16 de outubro de 2025
Imagem de Alan Pessoa Valadares. Ele é um homem negro, tem cabelo curto e usa óculos, camisa cinza e calça bege. Ele está sentado no palco de um auditório e fala ao telefone. Imagem de Alan Pessoa Valadares. Ele é um homem negro, tem cabelo curto e usa óculos, camisa cinza e calça bege. Ele está sentado no palco de um auditório e fala ao telefone.
Foto: Fundação Itaú/ Grupophoto

Como a população percebe as diversas dimensões das desigualdades na sociedade, no cotidiano e nas suas próprias vidas? Essa pergunta foi o fio condutor da entrevista da Fundação Tide Setubal com Alan Pessoa Valadares, coordenador do Observatório Fundação Itaú, sobre o tema.

Em setembro, a Fundação Itaú lançou a pesquisa Percepções Sobre as Desigualdades no Brasil, cujo objetivo consiste em compreender como a população enxerga esse panorama. E, consequentemente, quais soluções parecem ser possíveis para contornar esse cenário e enfrentá-las. Com realização entre agosto e setembro de 2024 e para a qual houve entrevistas qualitativas e quantitativas com pessoas de classes sociais, gênero, raça e territórios diversos ao redor do Brasil, o estudo apresentou dados diversos para ilustrar o nível das disparidades existentes no país.

A saber, 77% das pessoas entrevistadas consideram que o país é um país muito desigual. Nesse sentido, 24% entendem que a ausência de políticas públicas, como falta de oportunidades e investimentos, é a principal razão para a desigualdade no país. E, em paralelo, 64% desse mesmo público considera, por exemplo, que o racismo limita o acesso da população negra a oportunidades para evolução.

Todavia, ao considerar-se a parte qualitativa, contradições analíticas vêm à tona, como na ode à meritocracia e na crença baixa ou nula em medidas de reparação histórica para combater desigualdades estruturais. A entrevista com Alan Pessoa Valadares passa por esses pontos e caminhos para fortalecer o senso de cidadania entre a população. Confira o diálogo.

Ao considerar-se que 10% da população detêm 57% da renda gerada no Brasil, enquanto a metade mais pobre da população ganha 29 vezes menos do que os 10% mais ricos, debates sobre a taxação de grandes fortunas vêm à tona. Como tais dados ajudam a fortalecer o debate sobre justiça tributária e enfrentamento das desigualdades?

Alan Pessoa Valadares: Um dos itens apresentados na pesquisa trata sobre origens e causas das desigualdades. Ele contém um ponto específico em que se pergunta se as leis do Brasil beneficiam mais os ricos – 70% da população concorda totalmente. Eu diria que esse é o item que mais nos ajuda a discutir sobre isso. A pesquisa foi muito ampla, com várias temáticas sendo abordadas, e não pontuamos especificamente nenhuma lei. Desse modo, é difícil saber quais leis as pessoas consideraram para responder, mas com certeza aquelas sobre tributação para parte da população pesaram.

Ao fazer correlação com outros itens, vê-se também que muito do componente dessa resposta se relacionou à corrupção. Eu diria que isso veio mais da impunidade diante da corrupção do que uma qualificação mais precisa sobre leis. Ainda, há outro item na pesquisa, que foi aberto e espontâneo, sobre qual é a principal razão do Brasil ser desigual. Nesse sentido, a renda e o salário mínimo baixos, que são associados à desigualdade de renda e má distribuição de renda, foram mencionados espontaneamente por apenas 4% das pessoas. Fico na dúvida sobre o quanto as pessoas, de maneira geral, estão dentro desse debate e sobre o quanto essa é uma discussão que está muito restrita a um pedaço da população.

Ainda que aspectos gerais sobre as desigualdades tenham cor, gênero e território, há quem considere ações focalizadas nesses aspectos como privilégios. De que modo estudos como o Percepções sobre as desigualdades no Brasil ajudam a combater essa perspectiva e reforçar que o combate às desigualdades depende desses mesmos pontos?

Alan Pessoa Valadares: Precisamos ver esta pesquisa como um complemento aos dados que já conhecemos. A desigualdade no Brasil tem cor, gênero e localização geográfica – seja em grandes regiões, dentro de um bairro, ou até mesmo de uma rua para outra. Por que a pesquisa é importante? Primeiro, é necessário conhecer quaisquer problemas, desafios e barreiras se quisermos enfrentá-los. Nesse caso, tentamos compreender se as pessoas reconhecem as desigualdades e o que falam a respeito. Foi importante para constatarmos que grande parte da população diz que o Brasil realmente é muito desigual. 

Mas na segunda pergunta, sobre por que é desigual, pode-se ver o quanto [as descobertas de] pesquisas acadêmicas e narrativas construídas ao longo de muitos anos por pesquisadores,aparecem pouco. Se virmos a questão histórica da escravidão e do passado colonial no Brasil, menos da metade da população concordou totalmente com itens que apontavam isso como causa. A pesquisa ajuda também a identificar o que é necessário informar e sensibilizar. Quando não é possível entender por que as pessoas pensam dessa forma e por que a primeira coisa que elas acessam mentalmente, quando se fala de desigualdades, passam por ausência de políticas públicas, má gestão do governo e corrupção, essas são as principais formas como elas tangenciam o tema.

Isso vem de imaginário socialmente construído e, com isso, o que essa percepção tem de bom e que pode nos ajudar. Ou seja, as pessoas têm consciência de que combater as desigualdades passa pelo poder público. A população, de maneira geral, apontou questões de governo e de Estado como causas. Vejo isso de forma positiva: tem essa responsabilização. E enxerga-se que esse é um caminho para mudanças.

Alan Pessoa Valadares fala sobre a percepção relativa a medidas de reparação histórica e o processo para sensibilizar a população para a importância delas

Como a pesquisa e demais estudos sobre desigualdades podem mostrar queé possível valorizar o mérito e o esforço individual e, ao mesmo tempo, destacar a importância que políticas públicas têm para democratizar o acesso ao ensino superior?

Alan Pessoa Valadares: Alguns itens que colocamos na pesquisa trazem o ponto de vista sobre o esforço ser importante para o desenvolvimento e conquistas pessoais – ou seja, se a pessoa se esforçar, ela conseguirá o que almeja. Muitas pessoas concordam com isso. Logo, o viés meritocrático está bem forte e as pessoas realmente acham que se quiserem muito, conseguirão. Ao mesmo tempo, perguntamos se a pessoa enxerga que há barreiras para determinados grupos e se as pessoas mais pobres têm dificuldade de mobilidade social no Brasil – há conexões nesse sentido com o nível de renda, oportunidades e como isso perpetua a pobreza geracional.

Vê-se, então, que há concordância alta também com alguns desses pontos. Entende-se, então, que boa parte da população acredita que quem quer consegue. Mas considera, ao mesmo tempo, ser muito difícil haver mobilidade social e que há barreiras para determinados grupos. E isso contradiz um pouco a narrativa puramente meritocrática. Ou seja, mesmo que a pessoa queira, ela enfrentará uma série de dificuldades. E trazer níveis de oportunidade mais equitativos, é importantíssimo para romper com isso.

Ainda, ao entrar na reflexão sobre a etapa qualitativa, isso vale até para poder fomentar quais são os sonhos possíveis. A meritocracia está muito bem difundida, pois se entende que o que a pessoa quer, ela consegue. Mas até essa perspectiva é muito limitada pela desigualdade de oportunidades e por essas barreiras.

Como a sociedade civil pode atuar para mostrar que acesso a serviços básicos são direitos e não sinônimos de riqueza ou de pobreza?

Alan Pessoa Valadares: Essa é uma questão bem importante. Falarei um pouco do viés que pegamos em relação ao acesso à cultura. Esse foi, afinal, um ponto bem importante para identificar a baixa percepção sobre o acesso à cultura ser um direito. Quando questionamos sobre o que precisa ser foco de política pública para reduzir as desigualdades, as pessoas falam muito em educação, melhorar o acesso à saúde – trabalho e renda apareceram também. Mas, ao analisar o resultado, foi possível perceber que se fala muito sobre educação, mas a formação profissional propriamente dita não aparece tanto.

Ao mesmo tempo, quando discutimos na etapa qualitativa sobre o que diferencia uma pessoa rica de uma pessoa pobre, apareceu por muitas vezes a relação do tempo livre com o poder se divertir. Vê-se em outras pesquisas a percepção de que o acesso a determinados espaços e eventos culturais é caro por muitas das vezes. Ou é, pelo menos, visto como distante do que a pessoa priorizará como gasto, por exemplo. Foi bastante sintomático ver o quanto a cultura está atrás em relação ao que pode mudar como uma das coisas que ajudarão a reduzir as desigualdades.

Além disso, uma das perguntas foi sobre onde a pessoa se sente mais ou menos respeitada. Foi curioso ver que quanto mais “aberto” é o espaço ou mais diverso ele pode ser, menor é a sensação de ser respeitado. E havia alguns espaços que são muito importantes para o pertencimento coletivo em comunidade, com os locais públicos para lazer e cultura, e outros não necessariamente públicos, mas onde se convive com a sua comunidade, como é o caso do ambiente escolar. E na outra ponta, entre os menos respeitados, estão os ambientes virtuais e digitais. Essa não é uma questão fácil de se resolver, mas, na minha percepção, precisamos melhorar o pertencimento e o respeito nos ambientes que são mais diversos. Por que as pessoas não se sentem bem em espaços públicos de lazer ou de cultura? Há algo que não condiz com o propósito do local.

+ Como dados e evidências ajudam a qualificar ações para enfrentar as desigualdades?

Ao pensar tanto na atuação do poder público como do terceiro setor, da sociedade civil propriamente dita, é uma perspectiva de pensar em ações e políticas multissetoriais para fortalecer o senso de cidadania e de acessos constitucionais. É por aí?

Alan Pessoa Valadares: Acho que é isso. É necessário fortalecer o senso de cidadania e dos direitos constitucionais. Senti falta disso ao olhar os dados, ao ver níveis tão baixos de respeito em espaços públicos. Trata-se de um sintoma bastante [intenso] disso e precisamos fortalecer esses pontos da cidadania e do pertencimento, em âmbito coletivo, de maneira geral.

Com base no que você e a equipe detectaram durante a pesquisa, pensar nessa abordagem é pertinente para combater vieses e desigualdades estruturais e sistêmicas?

Alan Pessoa Valadares: Vimos que algumas narrativas, assim como constatações e frutos de pesquisa sociológica, que isto está muito pouco difundido. Há outros tipos de narrativas muito mais efêmeras que, por muitas vezes, dificultam e se tornam barreiras para difundirmos tais informações. Foi possível ver muitos vieses quanto a oportunidades para mulheres e como a desigualdade de oportunidades para elas era muito menos vista em relação ao que se constata socialmente. Ou seja, há quase uma desigualdade oculta e isso apareceu nas etapas quantitativa e qualitativa.

Quando se olha também para questões de raça, às vezes se consegue ver que essa percepção aparece. E, por outras vezes, quando se tenta conectar barreiras raciais com questões históricas e o passado do Brasil, isso não desaparece totalmente e tem alto nível de concordância. Mas é muito menor do que se esperaria. Ou seja, se as pessoas entendem que há barreiras para pessoas negras, por que não concordam também em grande número quando tento associar isso a questões históricas?

Pode-se ver que há discursos e narrativas servindo como barreiras para esses pontos. O que mais me chamou atenção foi sobre as origens das desigualdades raciais e o reconhecimento muito baixo da diferença de oportunidades para mulheres. Essas questões são bastante evidentes na sociedade e eu esperava que aparecessem com mais veemência em uma pesquisa de percepção. Não foi isso o que aconteceu.

Alan Pessoa Valadares fala sobre a importância de se disseminar e produzir conhecimento para combater discursos mentirosos e

Entrevista: Amauri Eugênio Jr.

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