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Seminário Ancestralidades trata de racismo ambiental e justiça climática e premia pesquisas de negros e indígenas sobre o tema
A Plataforma Ancestralidades, criada em parceria do Itaú Cultural (IC) e Fundação Tide Setubal, realiza em 12 de novembro, às 15h, o Seminário Ancestralidades. Saiba como participar.
O tema do racismo ambiental recebe um olhar ampliado e de especialistas no Seminário Ancestralidades: desafios ambientais e raciais, que a Plataforma Ancestralidades, criada em parceria do Itaú Cultural (IC) e Fundação Tide Setubal, realiza em 12 de novembro, às 15h, no IC.
O encontro aborda questões como a luta por justiça climática e a exposição desigual de povos originários e comunidades tradicionais às degradações do meio ambiente. Nesse sentido, serão premiadas 12 pesquisas acadêmicas de pessoas negras e indígenas de nove estados do país, selecionadas no Programa Ancestralidades de Valorização à Pesquisa – Meio Ambiente e Raça, chamamento da plataforma sobre o assunto.
Assim sendo, os ingressos são gratuitos e podem ser reservados a partir de 6 de novembro, na plataforma INTI, com acesso pelo site do Itaú Cultural. A programação conta, ainda, com transmissão ao vivo pelo YouTube do Itaú Cultural.
Em pauta
O Seminário Ancestralidades: desafios ambientais e raciais contará com diálogos sobre o enfrentamento do racismo ambiental e ações efetivas com esse propósito. Nesse sentido, a primeira mesa, Os desafios ambientais e a luta por justiça climática: perspectivas ancestrais por igualdade e sustentabilidade, coloca em pauta a revisão estrutural das relações de poder e a reparação histórica das populações negras e indígenas, como premissa da justiça climática.
Nesse sentido, participam do debate, que terá mediação da jornalista Tatiane Matheus, pesquisadora de justiça climática, gênero e racismo ambiental:
- Junior Aleixo, coordenador de pesquisa e dados no Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC);
- João Paulo Lima Barreto, filósofo e antropólogo amazonense indígena do povo Yepamahsã (Tukano) e fundador do Centro de Medicina Indígena Bahserikowi;
- Thales Miranda, arquiteto, urbanista e pesquisador sobre cidades amazônicas, justiça ambiental, racismo e mudanças climáticas.
A programação do seminário terá também, então, a mesa Enfrentando o racismo ambiental: povos negros e indígenas em confluência para fazer mundos. Desse modo, o debate passará pelo olhar incisivo sobre essa forma de racismo, que expõe desproporcionalmente a riscos ambientais e à degradação do meio ambiente em comunidades marginalizadas, e amplia-se para a necessidade de criação de políticas públicas que assegurem justiça ambiental e garantam o respeito aos direitos territoriais e culturais dessas comunidades.
Com mediação da jornalista Maryellen Crisóstomo, ativista dos direitos humanos quilombolas pelo pleno acesso ao território, a mesa terá as presenças de:
- Ana Sanches, atuante na Rede Antirracista Quilombação e doutoranda em Mudança Social e Participação Política na Escola de Artes Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP);
- Antônia Kanindé, indígena da etnia Kanindé, museóloga e umas das articuladoras da Rede Indígena de Memória e Museologia Social do Brasil;
- Taynara do Vale Gomes Pinho, arquiteta e urbanista, que trabalha com planejamento urbano e regional.
Reconhecimento e celebração
Para além das mesas de debates, o Seminário Ancestralidades: desafios ambientais e raciais terá também um momento de solenidade. Trata-se, então, da entrega dos prêmios do Programa Ancestralidades de Valorização à Pesquisa 2024 – Meio Ambiente e Raça, cujo lançamento ocorreu em abril.
Desse modo, a dinâmica terá condução da escritora Ana Maria Gonçalves e da filósofa Sueli Carneiro – ambas são conselheiras da Plataforma Ancestralidades. A iniciativa laureou, então, 12 pesquisas de nove UFs, sendo os artigos referentes às categorias Em Andamento e Concluída.
A saber, os projetos selecionados na categoria Em Andamento e que têm relação com a ideia do bem viver em territórios urbanos e rurais, diante dos efeitos e impactos das mudanças climáticas, e de enfrentamento às práticas de racismo no Brasil, foram, então:
- Travessias, Etnometodologia e afroformação: Por experiências de felicidade na educação infantil, de Fatima Santana Santos (BA);
- O trabalho das mulheres pescadoras da Amazônia: identidade, empoderamento e resistências da colônia de pescadores Z-41, município de Ipixuna (AM), de Suane do Nascimento Saraiva (RO);
- Produzir soberania alimentar está para além do plantar: a experiência do centro de integração na serra da Misericórdia/RJ na promoção de soberania e justiças na favela terra prometida, de Karina de Paula Carvalho (RJ);
- Você está em território Akroá Gamella: história oral da resistência de um povo indígena “extinto” do Maranhão, de Paulo Jeremias Aires (SP);
- Da carne da Terra se faz a cerâmica, de Sileusa Natalina Menezes Monteiro (AM);
- Pensar e bem-viver na Caatinga: Quando plantas, bichos e pessoas falam, de Tereza Raquel Arraes Alves Rocha (PE);
- Racismo ambiental e saneamento básico na região metropolitana de Goiânia, de Caiene Reinier Freitas Alvarenga (GO).
Além disso, os artigos que compuseram a categoria Pesquisa Concluída são:
- TENEGRES – Territórios Negros e as Escolas: descobrindo o lado norte de São Paulo (Brasilândia), de Giselly Barros Rodrigues (SP);
- Habitar as águas: uma abordagem por outras epistemologias de existência, de Lucas Bispo dos Santos Castro (BA);
- Marcha das Mulheres Negras Amazônidas: dimensões interseccionais na comunicação ativista em tempos de pandemia, de Flávia Andrea Sepeda Ribeiro (PA);
- Histórias de Ojepotá: traduções de memória viva Mbya Guarani em desenhos, de Samuel de Souza (SC);
- Mulheres quilombolas e o Rio São Francisco: entre vida e morte, de Maísa Joventino dos Santos (AL).
Finalmente, o Seminário Ancestralidades: desafios ambientais e raciais terminará com pocket show da cantora e compositora indígena maranhense Kaê Guajajara. Representante da Música Popular Originária (MPO), a artista apresenta cantos e sonoridades com influências de ritmos ancestrais indígenas. Nesse sentido, ela traz à tona assuntos de importância político-social, no intuito de educar, conscientizar e convidar seus ouvintes.
Na agenda
Por fim, o Seminário Ancestralidades: desafios ambientais e raciais acontecerá em 12 de novembro (terça-feira), das 15h às 22h, na Sala Itaú Cultural (Piso Térreo), do Itaú Cultural (avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro da Linha 2-Verde do Metrô).
A entrada é gratuita. Pode-se reservar ingressos na plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural. A atividade terá também transmissão ao vivo pelo YouTube do Itaú Cultural.