Dialogar para inovar perspectivas sobre habitação e urbanismo
Para a arquiteta e urbanista Vanessa Padiá, trazer novas perspectivas sobre habitação e urbanismo é central no +Lapena Habitar.
Trazer novas perspectivas para o debate sobre habitação e urbanismo. Para Vanessa Padiá, arquiteta e urbanista envolvida há 20 anos com habitação social e representante da SPTrans, esta é uma das premissas do +Lapena Habitar.
De acordo com a arquiteta e urbanista, um dos ganhos do projeto consiste em a iniciativa privada desenvolver, a partir do olhar para territórios periféricos, propostas para apresentar ao poder público. Isso ajuda a propor o desenvolvimento de soluções, por meio de parceria entre ambas as partes, sobre habitação e urbanismo
“Considero essa interlocução como uma grande iniciativa e tem sido um grande ganho. Esse processo em construção com as/os moradoras/es já traz essa inovação. Isso vem sendo o grande mote atual com relação a olhar para as comunidades ouvindo-as, ao realmente compreender e fazer essa análise do território”, pondera Padiá.
Ainda no contexto sobre habitação e urbanismo, Padiá faz uma ponderação sobre os cinco escritórios de arquitetura participantes do +Lapena Habitar. Nesse sentido, ela considera que as propostas apresentadas destacaram aspectos ao mesmo tempo díspares e que trouxeram mecanismos para enriquecer o debate sobre habitação de interesse social. Um dos destaques contempla a dinâmica inerente à parte térrea de construções com esse perfil.
“Uma das questões muito faladas a respeito, que inclusive está no plano diretor, é haver comércio e serviços, por exemplo, para haver a vivacidade do térreo. Trata-se de uma das grandes dificuldades existentes em São Paulo como um todo, não somente nas comunidades. Os escritórios, ao trabalharem com o térreo em uso, não apresentaram isso como um diferencial: é uma necessidade muito grande em desenvolvimento.”
Vanessa Padiá fala sobre o diálogo com a população quanto a debate sobre habitação e urbanismo
Pertencimento, peça central da habitação e do urbanismo
Assim sendo, outro ponto crucial, de acordo com Vanessa Padiá, contemplou o espaço destinado às varandas – uma das especificidades presentes em comunidades. E esse aspecto contempla também outro tópico de importância ímpar: o espaço ocupado pelos quintais.
“Como fazer tal manutenção é uma discussão à parte a ser trabalhada, porém é uma necessidade dos quintais. As pessoas necessitam de espaço para ter o seu bicho. Quando elas são removidas para outras unidades habitacionais, elas deixam seus animais por não haver espaço para eles – idem para as suas plantas”, ressalta.
Por fim, Vanessa Padiá destacou mais um aspecto no debate sobre inovações de habitação e urbanismo. No caso, o tópico sobre acessibilidade em habitações de interesse social, neste caso presente por meio da instalação de elevadores. “Mesmo sendo uma conversa trabalhada há muito tempo, o olhar para o transporte de massa – o elevador – permite haver esse olhar para acessibilidade, uma vez que se queira fazer a união e a integração dos espaços.”
+ Saiba mais detalhes sobre o +Lapena Habitar
+ Confira quem integra o comitê de avaliação do +Lapena Habitar
+ Conheça as cinco propostas do +Lapena Habitar
Sobre o +Lapena Habitar
O projeto +Lapena Habitar busca favorecer os movimentos locais que pensam e produzem transformações no tecido urbano. Além disso, a iniciativa visa contribuir para a reflexão sobre o papel da habitação no processo de desenvolvimento sustentável de bairros periféricos, assim como sua integração aos demais eixos de bem-estar urbano.
Uma das ações do projeto é a implantação de novas unidades habitacionais no Jardim Lapena. Essa etapa do projeto considera aspectos de desenho urbano e arquitetura, processos pré e pós-ocupação, participação social e gestão coletiva, modelo de negócio e financiamento.
Confira na playlist a seguir os relatos de integrantes do comitê de avaliação do projeto +Lapena Habitar.
Texto: Amauri Eugênio Jr.