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Construção de conceitos e promoção de bem-estar habitacional

O evento do +Lapena Habitar realizado no Galpão ZL, núcleo de Prática de Desenvolvimento Local da Fundação Tide Setubal situado no Jardim Lapena, contou com apresentações de conceitos arquitetônicos realizadas pelos escritórios de convidados:

 

 

  1. Terra e Tuma e do Estúdio Síntese
  2. Coletivo Levante
  3. Gávea Arquitetos + Diego Portas + Matteria
  4. Estúdio Gustavo Utrabo
  5. Apparatus Architects & Alvaro Arancibia.

 

Fabiana Tock, coordenadora do Programa Cidades e Desenvolvimento Urbano da Fundação Tide Setubal, apresenta o +Lapena Habitar

Fabiana Tock, coordenadora do Programa Cidades e Desenvolvimento Urbano da Fundação Tide Setubal (Vanderson Atalaia)

Durante as exposições, os escritórios puderam mostrar soluções urbanísticas e arquitetônicas que propusessem soluções e criações pensadas especificamente para territórios periféricos, explicar os parâmetros e diretrizes usados no desenvolvimento dos conceitos arquitetônicos, que consistiam em duas edificações para uso misto – habitacional e comércio. Desse modo, uma delas estará no no Jardim Lapena e outra no centro de São Miguel Paulista.

 

Além disso, ambas estarão conectadas por meio da passarela que já interliga ambos os bairros, sobre os trilhos da Linha 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Participaram também representantes de movimentos para defesa do acesso universal à habitação, arquitetas/os de referência, agentes do poder público e lideranças de organizações populares do próprio bairro.

 

No evento, Fabiana Tock, coordenadora do Programa Cidades e Desenvolvimento Urbano da Fundação Tide Setubal, destacou a premissa do +Lapena Habitar, assim como o processo para mobilizar empresas que administram o capital de interesse comercial para, enfim, investir em bens sociais em áreas periféricas.

 

 

“Adotamos um modelo de financiamento que parte por um arranjo híbrido, no qual será lançado um certificado de recebíveis imobiliários. Essa modelagem econômica nos permite captar recursos filantrópicos ou de banco de fomento de forma que eles cumpram uma função de anteparo, ou resguardo de entrada, para a participação de capital de interesse comercial em larga escala”, destaca.

Sérgio Marcondes, sócio-diretor do BlendLab, fala sobre o +Lapena Habitar

Sérgio Marcondes, sócio-diretor do BlendLab (Vanderson Atalaia)

 

Sérgio Marcondes, sócio-diretor do BlendLab, destacou o caráter pioneiro da iniciativa e do blended finance.  De acordo com ele, esse conceito refere-se ao processo para combinação de diferentes fontes de capital em arranjos estruturados para equilibrar riscos e retorno, tornando possível a orientação de capital em larga escala para projetos de desenvolvimento. Nesse sentido, um dos exemplos consiste na integração de recursos do poder público com aqueles que são de interesse comercial.

 

“O desafio de prover a habitação do interesse social a partir da ótica da provisão civil e da gestão civil não é fácil e tem pouco precedente, com um modelo de financiamento absolutamente privado. Desse modo, estamos dando passos que podem gerar também um precedente importante para novas práticas no futuro”, completa Marcondes.

 

Ainda, Fabiana Tock falou também sobre aspectos relativos à organização do +Lapena Habitar. De acordo com ela, a gestão das moradias será feita por organizações da sociedade civil. A saber, elas têm natureza jurídica que as permite garantir a potenciais moradoras/es acesso às unidades habitacionais por valores substancialmente mais acessíveis em comparação com os que são praticados no mercado.

 

“Sabemos que muitos dos nossos programas de provisão habitacional no Brasil não chegam ao público de menor renda. Por isso, vencer essa barreira é o grande desafio para quem se interessa na produção e na oferta habitacional de interesse social. E, sobretudo, esse é um modelo de gestão ofertada pela sociedade civil. Sendo assim, isso possibilita novas formas de governança, pois isso garante maior acesso dos moradores, com mais representatividade e equilíbrio maior do tratamento de conflitos”, ressalta.

 

+ Conheça os conceitos gerais relativos ao +Lapena Habitar

 

+ Além disso, confira as cinco propostas arquitetônicas do +Lapena Habitar

 

Conceitos e coletividade à prova

Em síntese, o cinco conceitos arquitetônicos apresentados durante o evento do +Lapena Habitar foram submetidos a uma série de análises. Assim sendo, o processo contou com um comitê de avaliação composto por urbanistas e representantes das/os moradoras/es do Jardim Lapena.

Por fim, as pessoas que compuseram o comitê de avaliação dos trabalhos desses mesmos conceitos arquitetônicos são:

 

 

  1. Mariana Almeida, diretora executiva da Fundação Tide Setubal
  2. Kátia Ramalho, analista de Programas e Projetos da Fundação Tide Setubal
  3. Guilherme Marcolino, Letícia Naiara, Odirlei Martins e Sandra Novais, representantes da população do Jardim Lapena
  4. Thiago Soveral e Sérgio Marcondes, do BlendLab
  5. Sandra Rufino, arquiteta e integrante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo
  6. Cláudia Pires, arquiteta e urbanista e representante do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB)
  7. Lilian Veltman, diretora-executiva da plataforma de tecnologia Alpop (Aluguel Popular)
  8. Edilson Henrique Mineiro, da União Nacional por Moradia Popular (UNM)
  9. Carmen Silva, do  Movimento Sem Teto do Centro (MSTC)
  10. Lisandra Mara, da Companhia Urbanizadora e de Habitação (Urbel), de Belo Horizonte (MG)
  11. Tiarajú Pablo D’Andrea, professor do campus zona leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da pós-graduação no campus da Universidade de São Paulo (USP Leste) e coordenador do Centro de Estudos Periféricos
  12. Marcelo Ribeiro, coordenador de Prática de Desenvolvimento Local da Fundação Tide Setubal
  13. Vanessa Padiá, arquiteta e urbanista, envolvida há 20 anos com habitação social e representante da SPTrans
  14. Vinicius Andrade, arquiteto, urbanista, professor e coordenador pedagógico na Escola da Cidade
  15. André Czitrom, representante da Magik JC, e do Projeto SOMA (Sistema Organizado de Moradia Acessível)
  16. Anaclaudia Rossbach, economista, envolvida na área de habitação social e assentamentos precários, e representante do Instituto Lincoln de Políticas de Solo
  17. Marcos Boldarini, arquiteto e urbanista e professor da Escola da Cidade
  18. Tereza Herling, professora de arquitetura e urbanismo na FAU Mackenzie
  19. Nabil Bonduki, arquiteto, urbanista e professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP).

 

Texto: Amauri Eugênio Jr. / Foto: Vanderson Atalaia

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