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Temporada 3 da websérie Ancestrais do Futuro destaca o direito à memória e a contar a própria história

Memória e ancestralidades. Esses fatores têm papéis centrais para a construção da temporada 3 da websérie Ancestrais do Futuro. A iniciativa da Fundação Tide Setubal visa conhecer e reconhecer produções audiovisuais desenvolvidas nas diferentes periferias do Brasil.

 

Assim como aconteceu na segunda temporada, esta edição contou com etapa prévia na qual coletivas audiovisuais periféricas de todo o Brasil participaram de laboratório para aprofundar temas técnicos. As aulas abrangeram temas como roteiro e produção, som e fotografia, montagem, pós-produção, direção e distribuição. As masterclasses contemplaram as realidades e desafios enfrentados pelas coletivas e foram ministradas por participantes contempladas/os nas edições anteriores da websérie.

 

Um dos destaques da trilha deste ano foi a participação de coletivas selecionadas nas edições anteriores. Este é o caso de Wesley Xavier, integrante da Cinequebrada Produções, responsável pela aula sobre direção.

 

Para Wesley, as masterclasses com condução de realizadoras/es de territórios periféricos trouxeram à tona a potência e tecnologias ancestrais. “Fiquei  lisonjeado em poder ocupar espaços onde o conhecimento periférico, favelado é honrado e principalmente ofertado para outros favelados. Nós, criativas/os, pesquisadores e cineastas faveladas/os estamos tão imersas/os no processo de criação e sobrevivência que nos esquecemos das tecnologias e ciências que criamos e permitem o nosso corre, vida e arte continuarem a acontecer.”

 

Wesley Xavier destaca também a dissonância entre trajetória audiovisual no Brasil e luta das populações periféricas para manterem-se vivas e poderem contar suas histórias. Além disso, ele considera que iniciativas como o Ancestrais do Futuro possibilitam um espaço seguro para criação. “Não é sobre cinema de guerrilha e jamais será. É sobre cinema favelado e periférico: é outra tecnologia e outra linguagem. Não é sobre adaptações ou fazer apenas com o que se tem, mas acreditar que precisamos continuar contando nossas histórias, independente do contexto e ferramentas.”

 

Sobre histórias e potências

“Em um momento em que temos acesso a histórias do mundo inteiro em alguns cliques, as coletivas ainda estão interessadas em contar suas próprias histórias sobre seus espaços e suas pessoas, como griotes modernos que querem documentar seus espaços.” É desse modo como M.M. Izidoro, autor e estrategista narrativo, descreve um dos pontos que mais prendem a sua atenção no processo de curadoria e seleção do Ancestrais do Futuro, do qual ele participa pelo segundo ano.

 

Desse modo, como os territórios das coletivas funcionaram como as maiores inspirações para o desenvolvimento das histórias, a análise de Izidoro baseou-se em encontrar um ponto entre as narrativas desses mesmos territórios e o fio condutor da memória. “Procurei também propostas que tivessem linguagem e formato não tão tradicionais como um documentário com depoimentos. Acredito que estamos sendo bombardeadas/os por conteúdos em todos os lugares. Quanto mais interessante for o formato, mais teremos chance de chamar a atenção e passar as mensagens tão bonitas e importantes que vivem nessas histórias.”

 

Por fim, ao mesmo tempo em que valorizar a memória é um direito de todas as populações, a história tem importância ímpar. Ela é, para M.M. Izidoro, “como a gente entende o mundo. Tudo são narrativas e ficções coletivas. A importância de qualquer grupo de poder contar sua própria história é a de organizar suas próprias narrativas para, assim, conseguirem ampliá-las, mudá-las e até esquecê-las se não fizerem mais sentido.”

 

 

+ Confira a entrevista de Joyce Prado Almeida à Plataforma Ancestralidades

 

+ Leia a entrevista de M.M. Izidoro

 

Para guardar na memória

Por fim, acompanhe os perfis da Fundação Tide Setubal no Instagram e no Facebook para saber mais detalhes sobre a temporada 3 de Ancestrais do Futuro. Os lançamentos dos episódios têm previsão para o último trimestre de 2023.

 

 

 

Assista à segunda temporada de Ancestrais do Futuro

 

Saiba mais

Confira a série de reportagens da qual Wesley Xavier participou:

 

 

+ Juventude democratizada

 

+ Do poder público para a sociedade civil

 

+ Sociedade da comunicação

 

+ O que esperar do futuro (e como construí-lo)?

 

 

 

Texto: Amauri Eugênio Jr.

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