No dia 1º de setembro de 2009, teve início o curso de capacitação oferecido pelo Programa Ação Família São Miguel e pelo Instituto Alana, parceiro da Fundação, para os agentes sociais que trabalham com prevenção e proteção contra a violência doméstica em São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo.
Com o tema Violência Doméstica: as Multifaces do Fenômeno e as Possibilidades de Intervenção, o curso visa instrumentalizar os profissionais para o enfrentamento ético e crítico da violência contra crianças e adolescentes. Isto se dá por meio de reflexões e vivências que partem de bases teóricas e conceituais e que apontam para possibilidades de práticas de intervenção. As premissas dessas práticas são o trabalho interdisciplinar e a rede interinstitucional de proteção integral.
O curso está estruturado em dois blocos temáticos. O primeiro, Compreensão do Fenômeno da Violência Doméstica, tem como objetivo entender a questão de maneira mais ampla, abordando causas e consequências da violência. Contará com quatro encontros, com duração de quatro horas cada um. O segundo bloco, Intervenção, será composto de aulas expositivas sobre as políticas públicas de atendimento às vítimas e sobre as dimensões jurídicas do processo. Nessa fase, haverá dois encontros, de oito horas cada.
“Nosso objetivo é oferecer não apenas a capacitação para o trabalho contra a violência doméstica, mas também formar uma rede social de prevenção que envolve os agentes institucionais e comunitários da região”, afirma Lúcia Amadeo, coordenadora do Ação Família. “Trata-se de uma articulação das diferentes entidades para compartilhar formas de atuação e de intervenção contra a violência”, explica.
A palestra introdutória foi ministrada pela psicóloga Rosemary Peres Miyahara, coordenadora da área de formação do Centro de Referência às Vítimas da Violência do Instituto Sede Sapientiae. “Quando falamos em violência doméstica, não nos referimos apenas à agressão física, mas também à psicológica, incluindo negligência e abandono”, explica. Para ela, o curso de capacitação é importante porque instrumentaliza o olhar de quem trabalha com crianças e adolescentes. “Quando esses agentes entendem a psicodinâmica da violência, existe então a possibilidade de intervir para evitar situações mais graves”, afirma.
Maria Cláudia Vieira Fernandes, diretora da EMEF Armando Cridey Righetti ,uma das participantes do curso, afirma que ele é de extrema importância porque também ensina a lidar com a violência de forma mais conceitual, compreendendo o fenômeno em suas múltiplas dimensões. “Como diretora de escola, atuando numa área de vulnerabilidade, essa rede de proteção é essencial”, ela afirma. “É uma ponte que nos fortalece para não nos sentirmos isolados, permitindo construir soluções alternativas”.
Além da Fundação Tide Setubal participaram da formação o Conselho Tutelar do Jardim Helena, a Sociedade Amigos do Jardim Lapenna, o Instituto Alana e o Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente Casa de Isabel. Cerca de 40 agentes institucionais compareceram à capacitação, que é realizada na sede do Instituto Alana, na rua Erva do Sereno, 548, Jardim Pantanal. Os próximos encontros estão previstos para os dias 29 de setembro, 20 de outubro, 3 e 17 de novembro, e 1º de dezembro.