• Ir para o conteúdo
  • Ir para o menu
  • Acessibilidade
  • Contato
  • EN
Logo da Fundação Tide Setubal. A imagem ilustra a página sobre metodologias da Fundação Tide Setubal.
  • A Fundação
    • Quem somos
    • Quem foi Tide Setubal
    • História
    • Equipe e conselho
    • Transparência
    • Parcerias
  • Atuação
    • Como atuamos
    • Prática de Desenvolvimento Local
      • Desenvolvimento Humano
      • Desenvolvimento Urbano
      • Desenvolvimento Econômico
    • Fomento a Agentes e Causas
      • Fortalecimento de organizações e lideranças periféricas
      • Apoio à pesquisa
      • Mobilização de ISP e da sociedade civil
      • Projetos apoiados
    • Programas de Influência
      • Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso
      • Planejamento e Orçamento Público
      • Cidades e Desenvolvimento Urbano
      • Nova Economia e Desenvolvimento Territorial
      • Democracia e Cidadania Ativa
    • Comunicação
    • Desenvolvimento Organizacional
  • Iniciativas
  • Galpão ZL
    • Galpão ZL
    • Agenda
  • Editais
    • Editais para as periferias
    • Elas Periféricas
      • Elas Periféricas 1
      • Elas Periféricas 2
      • Elas Periféricas 3
      • Elas Periféricas 4
    • Matchfunding Enfrente
    • Edital Traços
    • Territórios Clínicos
      • Edital Territórios Clínicos 2021/2022
      • Edital Territórios Clínicos 2023
  • Em Rede
  • Notícias
  • Conhecimento
    • Artigos
    • Publicações
    • Materiais de Estudo
    • Glossário
  • Imprensa
    • Contato de Imprensa
    • Releases
    • Na mídia
  • Podcast
    • Podcast Essa Geração
      • Temporada 1
      • Temporada 2
      • Temporada 3
      • Temporada 4
      • Temporada 5
      • Temporada 6
      • Temporada 7
    • Podcast Desiguais
    • Podcast Escute as Mais Velhas
  • Contato
  • Acessibilidade
  • EN
Facebook LinkedIn
Home > Programas de influência > Notícias

“Construir cidadania num país de privilégios”, por Maria Alice Setubal

Sim, somos uma nação que naturalizou as desigualdades.   Essa é uma questão que há tempos me intriga, pois me parece óbvio que, para além do sentido de justiça e humanidade, desigualdade em excesso corrói o tecido social, a coesão entre indivíduos e espaço público, abre frentes para o crime organizado, compromete o crescimento sustentável […]

20 de setembro de 2017
TQ SÃO MIGUEL PAULISTA 11.04.2016 Reportagem fotográfica para Livro 10 Anos Fundação Tide Setubal - 2005 a 2015. Retratos, cenas do centro de São Miguel Paulista, do Galpão, da linha de trem, das ruas e moradores do Jardim Lapenna. FOTO TIAGO QUEIROZ/FUNDAÇÃO TIDE SETUBAL

Sim, somos uma nação que naturalizou as desigualdades.

Essa é uma questão que há tempos me intriga, pois me parece óbvio que, para além do sentido de justiça e humanidade, desigualdade em excesso corrói o tecido social, a coesão entre indivíduos e espaço público, abre frentes para o crime organizado, compromete o crescimento sustentável e o futuro do país.

Todos os dias, somos bombardeados por dados, estudos e pesquisas que apontam para as diversas facetas das nossas enormes iniquidades: renda, educação, saúde, saneamento, segurança, moradia.

Em estudos e rankings internacionais, nosso posicionamento é sempre entre os últimos países, mesmo dentro do continente latino-americano. Estamos também entre os países com mais baixo nível de confiança nas pessoas e instituições, o que pode ser interpretado como uma consequência das desigualdades em excesso.

Para contornar essa situação, a opção das elites econômicas, políticas, intelectuais, artísticas e esportivas é assegurar os serviços privados básicos para nosso bem estar e, muitas vezes, morar encastelados em condomínios fechados.

Cenário que, como descreve o psicanalista Christian Dunker, nos aprisiona e fortalece o medo do desconhecido, tornando aquele que é diferente uma ameaça constante.

A valorização do indivíduo e a convivência exclusiva entre iguais têm acarretado o aumento da intolerância e dos preconceitos, amplamente difundidos nas redes sociais.

Diversos estudiosos têm apontado para o passado escravagista e patrimonialista como marcas ainda persistentes das nossas desigualdades.

Nesse sentido, somos ainda um país que valoriza em demasia as aparências, gosta das hierarquias e sempre consegue um jeitinho de fazer leis com diversas exceções e privilégios para grupos de interesse.

O antropólogo Roberto da Matta destaca que a igualdade é vivida como uma ofensa o Brasil, pois o anonimato associado à cidadania nos perturba; não queremos ser igual a todo mundo.

Embora nossa busca por mais equidade tenha começado tarde, é inegável que tivemos grandes avanços nos últimos 20 anos, com a expansão do acesso à educação, o aumento do salário mínimo, a implementação de programas de distribuição de renda, dentre outros.

Ao lado das políticas públicas, o avanço das tecnologias tornou possível o reconhecimento de inúmeras vozes antes excluídas do debate, especialmente entre os jovens que formaram coletivos e movimentos, em luta por microrrevoluções.

A grita geral na defesa da Amazônia ou os enfrentamentos das mulheres às questões da violência parecem ser sinais dessa insatisfação e da potência de grupos que querem ser ouvidos e não aceitam viver em um estado de paralisia até as eleições de 2018.

Diante de todo esse cenário, o que fazer?

A tessitura de vínculos de confiança que tornem possível a construção de diálogos e pontes entre os diferentes grupos que ocupam os mais diversos lugares na sociedade, cenário fundamental para a saída da crise, exigirá que nós, pertencentes às diferentes elites, possamos escutar, reconhecer o outro como igual no debate e construir, juntos, novas bases de diálogo.

O avanço no enfrentamento das desigualdades exigirá não apenas uma reflexão frente a nosso posicionamento como cidadãos, mas também o amadurecimento de questões centrais na sociedade contemporânea hoje, como a tributação progressiva, a universalização dos direitos para além da criação de políticas universais e a adoção da equidade e sustentabilidade como foco de todas as políticas.

Para que essa agenda possa disputar espaço nas próximas eleições, é preciso começarmos a nos organizar já, de modo que as conversas com familiares e amigos ou os debates em instituições e movimentos avancem para além do pessimismo e da desesperança, na direção de propostas concretas e elaboradas com a participação de diferentes grupos e setores da sociedade.

MARIA ALICE SETUBAL, a Neca, é socióloga e educadora. Doutora em psicologia da educação, preside os conselhos da Fundação Tide Setubal e do GIFE. É fundadora e membro do conselho do Cenpec. Pesquisa educação, desigualdades e territórios vulneráveis.

Artigo publicado originalmente na Folha de S. Paulo em 17/09/2017

Receba conteúdos novos periodicamente

Conteúdos relevantes no seu e-mail

Você também pode gostar

CATEGORIA

Seminário Democracia, Educação e Equidade: uma agenda para todos traz as desigualdades educacionais e a democracia para o debate público

De Fundação Setubal 27 de maio de 2019

CATEGORIA

Moradores realizam acupunturas no Lapenna, inspirados pelo Plano de Bairro

De Fundação Setubal 20 de outubro de 2017

PRáTICA DE DESENVOLVIMENTO

Especialistas apontam que fortalecer o potencial e economia nos territórios pode ser caminho para superar desigualdades

De Fundação Setubal 21 de junho de 2016

Voltar a pagina inicial Voltar à página inicial Voltar ao topo Voltar ao topo
Fundação Tide Logo Rodapé Mobile Fundação Tide Logo Rodapé desktop
R. Jerônimo da Veiga, 164, 13° andar 04536-000 | São Paulo | SP Brasil
Telefone: (11) 3168-3655
  • ícone do facebook rodapé
  • ícone do instagram rodapé
  • ícone do linkedin rodapé
  • ícone do youtube rodapé
Fechar mapa do site

A Fundação

  • Quem somos
  • Quem foi Tide Setubal
  • História
  • Equipe e conselho
  • Transparência
  • Parcerias

Iniciativas

Galpão ZL

  • Galpão ZL
  • Agenda

Editais

  • Editais
  • Elas Periféricas
  • Matchfunding Enfrente
  • Traços

Atuação

  • Como atuamos
  • Prática de Desenvolvimento Local
    • Desenvolvimento Humano
    • Desenvolvimento Urbano
    • Desenvolvimento Econômico
  • Fomento a Agentes e Causas
    • Fortalecimento de organizações e lideranças periféricas
    • Apoio à pesquisa
    • Mobilização de ISP e da sociedade civil
    • Projetos apoiados
  • Programas de influência
    • Lideranças Negras e Oportunidades de Acesso
    • Planejamento e Orçamento público
    • Cidades e desenvolvimento urbano
    • Nova economia e desenvolvimento territorial
    • Democracia e cidadania ativa

Fundação em rede

Notícias

Conhecimento

  • Publicações
  • Artigos
  • Materiais de estudo

Imprensa

  • Contato de Imprensa
  • Releases
  • Na mídia

Contato

  • Ícone Facebook Rodapé
  • Ícone instagram Rodapé
  • Ícone linkedin Rodapé
  • Ícone youtube Rodapé
© Copyright 2025. Fundação Tide Setubal. Política de privacidade.
Desenvolvido por Espiral Interativa Link Externo

Nós utilizamos cookies para melhorar a experiência de usuários e usuárias que navegam por nosso site.
Ao clicar em "Aceitar todos os cookies", você estará concordando com esse armazenamento no seu dispositivo.
Para conferir como cuidamos de seus dados e privacidade, acesse a nossa Política de Privacidade.

Aceito o uso de cookies