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Direitos à cultura, à mobilidade e à cidade entram em debate no Festival do Livro

@Comunicacao

31 de outubro de 2011
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O objetivo de debater esses assuntos no Festival foi despertar nos participantes, a maioria alunos de escolas e faculdades da região, o desejo pelo conhecimento, pela reflexão crítica e pelo exercício concreto da cidadania.

 

Juventude e direitos culturais estiveram em discussão na tenda da Praça Fortunado da Silveira (Morumbizinho), na noite de terça-feira (25/10), com Alexandre Barbosa, Helena Abramo e Rafaela Guabiraba. O mediador, Gil Marçal, coordenador do VAI (Programa de Valorização de Iniciativas Culturais da Prefeitura de São Paulo), logo na abertura, instigou os presentes a dizerem que palavras relacionavam à temática da mesa. Liberdade, igualdade e educação foram proferidas pela plateia jovem.

 

Na sequência, Rafaela Guabiraba relatou sua experiência como militante da Pastoral da Juventude, do setor de Ermelino Matarazzo. Uma das principais bandeiras do movimento é a implantação da Universidade Federal da Zona Leste. “A educação é a arma para transformar a sociedade. Os jovens daqui devem se engajar nesta luta, reivindicando também mais espaços culturais. Precisamos ser mais protagonistas”.

 

 

Juventude produtora de cultura

 

Em sua exposição, o antropólogo Alexandre Barbosa destacou o papel da juventude da periferia de São Paulo como produtora de cultura, citando como exemplos o hip hop, os saraus e a produção audiovisual. “Os coletivos têm reivindicado seu direito à voz. E também procuram dialogar com o poder público, principalmente no que diz respeito às políticas culturais para cidade”.

 

Helena Abramo, membro do Conselho Nacional de Juventude, lembrou da dificuldade da afirmação e da garantia do direito à cultura frente à gama de direitos. “Parece que há sempre outras questões prioritárias. Quem tem justamente levantado essa bandeira do direito à cultura é a juventude porque essa dimensão é fundamental para a vida deste público. Por meio da produção cultural, os jovens imprimem sua visão de mundo”, analisou.

 

A socióloga enfatizou ainda que a mobilização pelos direitos culturais abarca muitas formas de acesso. “É o acesso à cultura erudita, popular, comercial… Em direito, a conjunção deve ser sempre e, não ou. Cabe ainda lutar pelo direito à cidade, à circulação no espaço urbano”.

 

 

Direito à cidade

 

Este foi o tema de outra mesa. Na quarta-feira (26/10), também no Morumbizinho, Flávia Cintra, jornalista, membro do grupo brasileiro responsável pela elaboração da convenção das pessoas com deficiência da ONU (Organização das Nações Unidas), Jairo Marques, chefe de reportagem na Folha de S.Paulo, professor de jornalismo e autor do blog Assim como você; Thays Martinez, advogada, responsável pela ação que autorizou a entrada de cães guia no Metrô de São Paulo e Sergio Ramos, consultor de inclusão da empresa Accenture, contaram suas histórias de luta pelo direito à cidade e à mobilidade no Brasil.

 

Thays narrou sua batalha de seis anos em um processo pela permissão da entrada de cão-guia no Metrô de São Paulo. O caso de Thays e o cão Boris inspirou a provação de duas leis – uma estadual e outra federal – que garante o acesso dos cães-guia a todo e qualquer local de uso coletivo, seja público ou privado.

 

Flávia, mãe de gêmeos, contou sua dificuldade para fazer um simples programa cultural com os filhos: por causa de degraus, ela não pode adentrar num teatro. A jornalista sublinhou que as mudanças precisam acontecer urgentemente. “Eu tenho pressa. Meus filhos têm o direito a conviver com a diversidade, com o diferente, porque o desenvolvimento humano não acontece só entre os iguais.”

 

O jornalista da Folha ressaltou a necessidade de transformação. “A mentalidade das pessoas precisa mudar, a diferença física não pode impedi-las de conquistar seus objetivos”. Thays acredita que um dos caminhos é a educação inclusiva. “Cada um de nós pode fazer alguma coisa. Quando todo mundo se indignar, o processo será acelerado”, disse.

 

Clique aqui e veja a matéria completa

 

 

Debates sobre adolescência e juventude

 

O Festival do Livro e da Literatura de São Miguel abriu espaço ainda para o 2º Fórum de Debates sobre Adolescência e Juventude, ocorrido na Praça da Escola Arquiteto Saia, na tarde do dia 25/10. Adolescentes, pais, educadores e profissionais da área da saúde conversaram sobre drogas. Dentre os especialistas que trataram do assunto, estavam: Letícia Maria Fossaluza Dutra, gerente do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas II, de Ermelino Matarazzo; Márcia Crystal, coordenadora geral do Depto. de Pesquisa e Atenção ao Uso de Álcool e Drogas da Casa de Isabel; Eli Mendes de Moraes, psicólogo especialista em Psicopatologias e Dependências Químicas. A mediação foi de Viviane Hercowitz, coordenadora do Núcleo Mundo Jovem, da Fundação Tide Setubal.

 

Eles ressaltaram os papéis fundamentais do professor e da família na prevenção ao uso.“O professor precisa ter consciência do seu papel nesta causa. Eles podem contrapor os valores da casa com os valores da sociedade e da escola”, disse Crystal. Enfatizaram ainda a necessidade de um diálogo franco sobre o tema com os jovens. “A abordagem deve ser bem clara, dando conta dos prejuízos que a droga pode causar”, acrescentou Moraes.


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