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Estudo aponta que desigualdades persistem no Brasil

@Comunicacao

12 de maio de 2017
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Embora o Brasil tenha avançado na redução de desigualdades nas últimas décadas, ainda temos grandes desafios pela frente. Essa é a conclusão do Atlas de Desenvolvimento Humano de 2017, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com a Fundação João Pinheiro (FJP) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e divulgado no dia 10 de maio.

 

Utilizando informações do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e outros 170 dados socioeconômicos obtidos em 2000 e 2010, o estudo compara a trajetória das desigualdades entre homens e mulheres, negros e brancos e residentes de áreas urbanas e rurais do Brasil.

 

Embora todos os indicadores analisados tenham melhorado entre 2000 e 2010, a pesquisa mostra a permanência de uma situação de desigualdade social do ponto de vista de raça, de gênero e de domicílio, com melhores resultados para brancos, homens e para a população urbana.

 

 

Desigualdade que persiste

 

Ao analisar dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), compostos por indicadores referentes a longevidade, educação e renda, os pesquisadores constataram que apenas em 2010 o IDHM dos negros se aproximou ao índice dos brancos medido dez anos antes. Ou seja, o IDHM dos negros levou 10 anos para equiparar-se ao IDHM dos brancos – que seguiu avançando e ficou 12,6% superior ao dos negros em 2010.

 

Ao comparar a diferença de renda entre brancos e negros, o estudo observou que em 2010 a renda domiciliar per capita média da população branca era mais que o dobro da verificada para a população negra: R$ 1.097,00 ante R$ 508,90.

 

A renda das mulheres também era desigual: a renda média delas em 2010 era 28% inferior à dos homens, mesmo com as mulheres estudando mais – 56,7% da população do sexo feminino com mais de 18 anos têm o ensino fundamental completo, frente a 53% dos homens.

 

Já entre o campo e a cidade, a renda domiciliar per capita média da população urbana era quase três vezes maior que a da população rural – R$ 882,6 e R$ 312,7, respectivamente.

 

Fonte:  Atlas de Desenvolvimento Humano 2017

 

 

Segundo o estudo, porém, houve uma redução das desigualdades e melhoras em todos os indicadores ao longo da década. Um exemplo é a diferença entre o IDHM de negros e brancos, que se reduziu quase pela metade no período de 2000 a 2010.

 

No período analisado, a taxa média de crescimento anual do IDHM da população negra foi de 2,5%, e da população branca de 1,4% dos brancos. Ao dividir por gêneros, o crescimento para mulheres foi de 1,9%, e para os homens de 1,8%.

 

O relatório afirma que os avanços observados em relação à longevidade, à educação e à renda ocorreram graças à adoção de estratégias inclusivas nas últimas décadas, como o aumento progressivo no valor do salário mínimo, as transferências de renda condicionadas, as políticas de ações afirmativas e os investimentos na saúde e na educação. Mas para reduzir ainda mais as grandes desigualdades que persistem, os pesquisadores entendem que ainda são necessários diversos esforços, inclusive no campo das pesquisas.

 

 

A necessidade de dados desagregados

 

Um grande diferencial do Atlas de Desenvolvimento Humano de 2017 é seu foco na produção e análise de dados de maneira detalhada e desagregada. Ao adotar métricas que cruzam informações de diferentes grupos da população em diversas regiões do país, é possível notar desigualdades que passariam despercebidas caso o estudo analisasse apenas as médias nacionais, regionais ou municipais. Segundo o estudo:

 

“Entende-se que para seguir reduzindo as desigualdades, é fundamental que as métricas de desenvolvimento humano sejam complementadas e intercruzadas por outras métricas de bem-estar, desagregadas e atuais, a fim de alcançar uma melhor e acurada compreensão da realidade das populações menos favorecidas. Essa compreensão é imprescindível para a elaboração e focalização de políticas públicas”.

 

Leia o relatório completo aqui:


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