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Experiências de fomento ao empreendedorismo são apresentados ao público

@Comunicacao

22 de agosto de 2011
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As maneiras de fomentar o empreendedorismo, a relevância da articulação entre instituições e a importância da sinergia das ações para o desenvolvimento local estiveram no centro das discussões da segunda mesa do seminário Desenvolvimento sustentável em áreas metropolitanas: instrumentos de fomento e governança territorial. O evento foi promovido pelo Fundo Zona Leste Sustentável, em parceria com Fundação Tide Setubal e Universidade Cruzeiro do Sul, no dia 17 de agosto, na capital paulista.

 

O primeiro expositor desta sessão foi Nilton Castro Barbosa, gerente do Sebrae-SP, que discorreu sobre a visão de desenvolvimento. “Ele é o resultado da articulação de diferentes elementos, como cultura empreendedora, capital humano, capital social e capital produtivo”. Com esta crença, o Sebrae trabalha no apoio ao empreendedor e às micro e pequenas empresas, investindo no capital humano para o fortalecimento dos negócios.

 

Barbosa reforçou também que, para facilitar o processo de desenvolvimento das empresas e do empreendedorismo, não é possível atuar de forma isolada ou focando somente em um ponto específico. “É preciso esforços em três direções: melhoria da empresa; do setor produtivo; e do ambiente para o negócio. Para isso, é fundamental o trabalho em rede, tanto de empresas, de atores que ajudem as iniciativas produtivas e de outros setores”, concluiu.

 

 

 

 

Articulação na zona leste

Na sequência, foi apresentada a experiência do Fundo Zona Leste Sustentável. “O Fundo é uma construção coletiva, que envolve os três setores e lideranças locais. Somos apenas uma peça no grande quebra-cabeças para o desenvolvimento local sustentável da zona leste”, enfatizou Gabriel Ligabue, consultor da iniciativa.

Ligabue também descreveu a área de abrangência do Fundo: a zona leste 2, especialmente São Miguel, Itaim Paulista e Ermelino Matarazzo, uma região bastante heterogênea na divisa com Guarulhos. “O cenário da economia local é o seguinte: grande concentração de redes varejistas, iniciativas informais e uma base consumidora que gera recursos destinados para outras regiões”.

 

Diante deste panorama, o papel ZL Sustentável está calcado em 4 Is: investir; integrar, inovar e irradiar. “Além do apoio ao fortalecimento do empreendedorismo local, integramos e articulamos diferentes parceiros, para favorecer a sinergia de ações no território”. Há ainda preocupação em apoiar projetos inovadores para localidade, bem como mobilizar recursos de pessoas físicas e jurídicas para aplicá-los em prol da melhoria da região.

 

O escopo de atuação do Fundo prevê ainda o fomento a atividades sustentáveis e inclusivas, por meio do apoio técnico e financeiro ao empreendedor e também da indução de cadeias produtivas locais, para geração de desenvolvimento econômico. “Portanto, o que diferencia o Fundo do microcrédito é que conjuga os quatro fatores. Não é só uma aplicação de recursos financeiros”, ressaltou Ligabue.

 

Segundo o consultor, os próximos desafios são: construção de um plano de longo prazo de captação de recursos; implantação de uma incubadora para as empresas; implementação de um observatório para coleta e análise de dados locais e abertura de canais com entidades para facilitar o acesso a novos mercados aos empreendedores. “Objetivamos também aprofundar o papel do Comitê Programático para ser um fórum de discussão sobre desenvolvimento local”.

 

 

 

 

Cases de microcrédito

 

Outro case exposto foi o do Banco do Povo. Trata-se de um programa de microcrédito produtivo, desenvolvido pelo governo do Estado de São Paulo e Secretaria do Emprego e Relações de Trabalho, em parceria com as prefeituras paulistas. Presente em 455 municípios, oferece crédito no valor de R$ 200 a R$ 7 mil a empreendimentos formais e informais com faturamento anual de até R$ 240 mil, para capital de giro, abertura do negócio ou formalização.

 

Em 12 anos de atuação, já emprestou cerca de R$ 800 milhões, em 250 operações, registrando inadimplência de menos de 2%. De acordo com Antônio Sebastião Teixeira Mendonça, diretor executivo da iniciativa, além do crédito, o programa investe na capacitação dos empreendedores por meio de cursos à distância sobre gestão. “Vale a pena acreditar no empreendedor. É também um compromisso público com a cidadania”.

 

Marcos Cintra, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo, relatou a experiência do São Paulo Confia, agência de microcrédito da capital, que tem qualificação de Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), sendo a prefeitura a maior detentora do capital acionário.

 

Diferentemente do Banco do Povo, a agência concede apenas o crédito solidário, ou seja, a um conjunto de proponentes, composto por 3 a 10 empreendedores. O limite máximo de crédito é de R$ 15 mil. De 2009 a 2011, o São Paulo Confia realizou 55 mil operações, sendo 40% só na zona leste da capital. A carteira de empréstimo neste período foi de cerca de R$ 101 milhões.

 

O secretário apontou que o Fundo ZL Sustentável tem um caráter estratégico de tocar em pontos nevrálgicos que podem dar início a um processo de desenvolvimento local, o qual se irradiará, provocando um crescimento sustentável na região leste. Ele concluiu sua exposição parabenizando a organização do seminário. “Estou impressionado com a riqueza de abordagens sobre o tema e com a multiplicidade de instrumentos de ação para o desenvolvimento local. Elas são formas diferentes, mas que se complementam”, disse Cintra.

 

Nos debates finais, reforçou-se a necessidade da governança dos atores locais em qualquer processo de desenvolvimento local; da constância nas relações e nos propósitos dos envolvidos; da sensibilização das comunidades; e de um trabalho de longo prazo para se democratizar, de fato, recursos e oportunidades.


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