Fundação Tide Setubal
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Formação permanente em culinária contribui para nova visão sobre o Jd. Lapenna

@Comunicacao

6 de setembro de 2012
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Localizado próximo à avenida Jacu-Pêssego, zona leste de São Paulo, o Jardim Lapenna é um bairro desprovido de espaços públicos para a comunidade. Inserido nesse contexto, o Galpão de Cultura e Cidadania é um lugar de trocas de saberes na comunidade e onde acontecem ações culturais e socioeducativas.

 

Dentro do local, funciona a cozinha da Oficina Escola de Culinária. “É um espaço único, com estrutura excelente de trabalho, que oferece formação permanente, qualificação profissional e reciclagem. Além disso, o projeto resgata a autoestima das mulheres e desenvolve a pró-atividade delas”, pontua Cássia Bonar, nutricionista do SESI-SP que há dois anos ministra aulas na Oficina. “Essa é uma iniciativa que precisa se fortalecer cada vez mais para que outras pessoas tenham a possibilidade de crescimento”, avalia.

 

Para proporcionar esse desenvolvimento, ao lado do ensino das receitas há lições sobre o processo de manipulação, higienização e conservação dos alimentos, bem como acerca de embalagem, estoque e preços. Tudo isso para despertar o espírito empreendedor dos participantes. “O aprendizado não é um caminho de mão única. Ele é duplo. Elas me ensinaram muito também: o uso de novos temperos, as receitas de comidas nordestinas e dicas culinárias”, lembra a nutricionista.

 

 

Convivência prazerosa

 

Mara Salles, chef do restaurante Tordesilhas, considera as aulas na Oficina Escola de Culinária um momento de convivência prazerosa e de troca de experiências, vivências e sabores. “Na cozinha acontece um super intercâmbio. Para mim, o período na Fundação sempre traz um enriquecimento extraordinário. Conheci muitas mulheres, seus sonhos, suas dificuldades e lutas. Pude compreender um pouco de uma realidade distante da minha, e isso me fez entender que não há uma barreira entre aqui e lá”, conta.

 

Após realizar dois cursos para beneficiados da Fundação Tide Setubal sobre comidas nordestinas, em 2007, e comidas nutritivas, baratas e saborosas, em 2008, Mara Salles retomou o contato com a instituição para propor o (assita o vídeo), oferecido em 2010 e 2011, durante um mês, para cerca de 20 pessoas em cada edição. “A comida é partilha, celebração e o grande elo de consolidação da família. A partir de receitas simples, com um toque de alta gastronomia, procuramos sensibilizar as mulheres para o ato de prazer em cozinhar e ofertar um prato”, explica Mara.

 

Um dos pontos altos deste curso foi o Festim da Memória, um jantar especial preparado pelas alunas, sob a orientação da chef. O menu  foi totalmente montado com base nas memórias de infância das participantes. “Com um carinho todo especial, Mara ensina as mulheres, valorizando a cultura de cada uma”, ressalta Lúcia Amadeo, responsável pelo projeto da Oficina. Para a prestigiada cozinheira, a maior gratificação é ouvir as histórias das ex-alunas e saber como estão disseminando as receitas. “Fico muito contente em ver a evolução enorme dessas mulheres nesses três anos”.

 

 

 

Nova visão sobre o Lapenna

 

A divulgação boca a boca das mulheres sobre as aulas, a multiplicação dos conhecimentos adquiridos na Oficina e a inserção de participantes no mercado têm contribuído para que moradores e pessoas de outras regiões da cidade criem uma nova visão sobre o Jardim Lapenna. “Antes havia certo preconceito: quem morava do outro lado estação de trem de São Miguel não queria vir neste território. Hoje, no entanto, notamos que a Oficina colaborou para uma nova imagem do bairro. Ele passa a ser reconhecido como um local que dispõe de um centro formador em culinária, com potencial para ofertar mão de obra de qualidade”, comenta Guiné, assistente de coordenação do Ação Família.

 

Segundo Lucia Amadeo, coordenadora do projeto, o plano futuro é intensificar a proposta da capacitação profissional com foco na geração de renda, investindo em módulos especiais para jovens e em mais apoio às mulheres com espírito empreendedor. “Ao longo desses anos descobrimos talentos. Temos de continuar a cultivá-los e despertar outras vocações”, finaliza.


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