Fundação Tide Setubal
Imagem do cabeçalho
Imagem do cabeçalho

Fundação Tide Setubal aposta no fortalecimento do 3º Setor por meio de Formação Pedagógica pelo quarto ano consecutivo

@Comunicacao

4 de dezembro de 2013
Compartilhar:

Desde abril a Fundação Tide Setubal, alinhada a sua diretriz de fortalecimento das organizações locais, realizou em parceria com o FICAS e a CASA7, uma formação pedagógica para educadores de organizações do 3º setor das zonas leste e sul da cidade de São Paulo, e o programa Jovens Pesquisadores, para educandos destas mesmas organizações. Após meses de trabalho, estas formações chegaram a seu fim num evento de encerramento no CDC Tide Setubal, no dia 22 de novembro.

 

O evento foi aberto por Viviane Hercowitz, coordenadora do núcleo Mundo Jovem da Fundação Tide Setubal, Cristina Meirelles, diretora executiva da CASA7 e Ubirajara dos Santos Filho, membro do FICAS, reforçando o compromisso das três organizações com o fortalecimento do terceiro setor. “O fortalecimento das ONGs locais é um objetivo estratégico da Fundação Tide Setubal muito essencial para o desenvolvimento local. Fortalecer as instituições locais em seus planos educativos tem um alcance muito grande de adolescentes. Ter conosco ONGS da zona sul foi muito bom pelo intercâmbio com regiões diferentes da cidade”, disse Viviane Hercowitz.

 

“O que a gente quer com esse trabalho é que os próprios jovens sejam os pesquisadores de suas realidades”, disse Cristina Meirelles ao apresentar os adolescentes que fizeram parte do projeto. Durante o tempo de formação, eles aprenderam um pouco de metodologia de pesquisa e criaram um questionário que foi aplicado com cerca de 30 moradores de suas comunidades.

 

As pesquisas permeavam temas como transporte, infraestrutura, habitação, educação, cultura, esporte e lazer, segurança e saúde. Uma vez aplicados os questionários, os jovens passaram para a fase da tabulação e organizaram os resultados em forma de vídeos. Alguns destes vídeos foram apresentados durante o encerramento, como o de Bruna Furtado, 16, jovem do Centro de Educação Popular da Comunidade Nossa Senhora Aparecida. “Amadureci muito com esse projeto, pois aprendi a ter um olhar mais amplo”, disse ela, que também reforçou a importância do projeto para que entendesse sua própria comunidade. “Vi coisas na minha comunidade que eu nunca tinha parado pra pensar. Descobri também que eu poderia trazer melhorias para minha comunidade”, reforça. Caroline Alves dos Santos, 14, é uma dos jovens do CEPAE que também participou da formação “Conheci minha comunidade, descobri coisas que eu nunca imaginei que ela passava e, com as pesquisas, fiquei conhecendo meu bairro” conclui.

 

A seguir, foi a vez dos educadores das organizações darem o seu parecer sobre a Formação Pedagógica. Para Jairo Araldi, 32, diretor de projetos do Instituto Nova União da Arte – NUA, o que houve de mais rico foi a troca entre as organizações. “Cada ONG tinha uma área mais desenvolvida, e íamos trocando experiências. A coisa que ficou mais forte foi essa troca entre as organizações, que vai bem de encontro com essa questão de fortalecimento do 3º setor, que é o foco das organizações que prepararam essa formação”. Já para Patrícia Borges, 48, coordenadora de arte do CEPAE, a formação mudou sua prática de trabalho. “Depois dessa formação minha aula vai ser outra coisa“. Sandra Conceição, 45, coordenadora pedagógica do Centro de Educação Popular da Comunidade Nossa Senhora Aparecida, também avalia a formação positivamente “O que eu vi na faculdade de teoria, nessa formação eu vi na prática”, reforça.

 

Em seguida, o evento avançou para um debate sobre educação integral. “A pergunta central de hoje é: o que é um ser humano inteiro?”, disse Ubirajara antes de apresentar os convidados que discutiriam os temas. Foram eles: Alexandre Isaac e Antônio Batista, do Cenpec; Maria Claudia Fernandes, diretora da EMEF Armando Cridey Righetti; e Denise Alves Lopes Robles, presidente da Gotas de Flor com Amor.

 

Abrindo sua fala, Alexandre trouxe uma reflexão sobre o tema. “O termo educação integral não diz respeito apenas a tempo, mas também do desenvolvimento. Quando falamos de educação integral falamos de tempo, espaço, sujeitos e conteúdos”, disse ele. Assim, a educação integral não é apenas uma questão de aumentar o número de horas que as crianças ficam dentro da escola, mais sim aumentar também os espaços que elas frequentam, os sujeitos com as quais se relacionam, e os conteúdos com os quais tem contato. “É impossível que uma organização sozinha carregue esse peso todo”, complementa ele, reforçando a importância do casamento entre escola, ONGs, família e sociedade civil.

 

Denise Robles concorda com Alexandre. “Educação integral é promover o crescimento total. Não adianta aumentar o currículo apenas de português e matemática sem trabalhar questões de convivência”, diz ela, que também reforçou que a educação integral deve atingir mais do que apenas as crianças. “Trabalhar a educação integral com as crianças sem trabalhar com adultos é um problema. Devemos olhar para nós mesmos antes de educar”. Maria Claudia Fernandes também trouxe a questão de educar para além dos conteúdos formais. “Vivemos uma sociedade que tem como modelo educar apenas para o trabalho”, disse, reforçando que este modelo não é o suficiente para formar um ser humano inteiro.

 

Finalizando o debate, Antônio Batista apresentou pesquisa sobre a relação entre a família e a escola nos territórios mais vulneráveis da cidade, iniciativa da Fundação Tide Setubal, com realização do Cenpec. Abrindo sua fala, reforçou que esta é uma relação que sempre foi tensa, cada uma jogando a culpa dos problemas da educação das crianças para a outra, em especial pelo fato de a escola ter em mente um ideal de família completamente diferente da realidade das famílias vulneráveis. No entanto, a pesquisa, constatou que as famílias pesquisadas valorizam a educação, esforçam-se por uma boa escolarização de seus filhos, preocupam-se com a frequência de seus filhos e com seus dever de casa. Para encerrar sua fala, Antônio deixou uma reflexão “Essas famílias precisam da educação integral, mas ela só dará certo se a escola se integrar às famílias”.

 

Para Viviane Hercowitz, o debate foi muito positivo “Foi bacana pensarmos juntos a educação integral da perspectiva da ONG, da escola e da família. Foi um momento de reflexão sobre o sentindo dessas partes todas que precisam compor a educação integral”, disse ela.

 

Para fechar o evento, foram entregues os certificados para os educadores das organizações e os jovens do NUA fizeram uma apresentação de Hip Hop.

 


Compartilhar:

Notícias relacionadas

Nós utilizamos cookies para melhorar a experiência de usuários e usuárias que navegam por nosso site.
Ao clicar em "Aceitar todos os cookies", você estará concordando com esse armazenamento no seu dispositivo.
Para conferir como cuidamos de seus dados e privacidade, acesse a nossa Política de Privacidade.