Em mais uma ação em parceria com a DRE São Miguel, a Fundação Tide Setubal promoveu a formação Esporte e educação: que jogo é esse? com a perspectiva de contribuir com o fortalecimento das escolas da região. Para apoiar a proposta, a Fundação Gol de Letra foi convidada a apresentar suas diferentes formas de atuação para compartilhar e trocar experiências com os professores da rede municipal de São Miguel. “A ideia era trazer a cultura esportiva para dentro das escolas. Queríamos fortalecer a identidade do professor de Educação Física e ao mesmo tempo mostrar práticas inovadoras, por isso escolhemos a Fundação Gol de Letra”, comenta Izabel Brunsizian, coordenadora do projeto Qualidade de Vida.
As aulas foram divididas em quatro temas: conceitos e práticas de esporte e educação integral, esporte educacional e participação, esporte e transformação social e desafios e reflexões do cotidiano da Educação Física. “A Fundação Gol de Letra une educação e assistência social, estabelecendo interação com a família, poder público e outros atores sociais. Além disso, trabalham com crianças e jovens em vulnerabilidade social”, conta Izabel.
Para Wellington Oliveira Alencar, assistente técnico educacional da DRE, isso aproxima a formação da realidade enfrentada pelos educadores físicos nas escolas. Ao total 45 escolas participaram da formação. “. O esporte tem que ter caráter reflexivo, tem que ter caráter transformador”, afirma.
Virgilio Soares da Silva, professor da EMEF Dama Entre Rios Verdes, destacou a condução das atividades. “Achei os encontros bem dinâmicos, e a forma como foram conduzidos também nos motivou. Em todos eles, foram realizadas atividades diferentes, com convidados que compartilharam suas histórias de vida com a gente e isso me emocionou bastante. Até porque para muitas crianças a Educação Física é o único momento que eles têm para sair um pouco da realidade”, conta.
A oficina de e tchoukball trouxe a experiência prática para um dos encontros. “Esse esporte possui algumas características do vôlei e do handball. Ele é fundamentado em quatro pilares: acessibilidade, intensidade, tática e jogo limpo”, diz Eduardo Brunello, educador de Tchoukball na Fundação Gol de Letra e disseminador do esporte no Brasil. Sendo assim, pode ser praticado por qualquer pessoa, pois o respeito, a liberdade e a cultura de paz prevalecem.
Thiago de Jesus Reis, coordenador do Movimento Nacional de População de Rua, também trouxe um outro exemplo de atividade esportiva, que destacou transformação social pelo esporte. “Por meio da Acão Educativa, eu e vários companheiros conhecemos o futebol de rua. Percebemos que esta prática era muito mais ampla do que imaginávamos. O futebol de rua trabalha mediação de conflitos e é um grande propagador da cultura de paz.”, comenta.
Flávio Matteucci, educador da área de disseminação da Fundação Gol de Letra, explica que a formação foi pensada com elementos que refletissem a realidade das escolas. “Mostramos nosso jeito de fazer, nossa forma de agir e pensar. O esporte é transformador e o professor é a chave para esta transformação”, fala.
Para Cambises Bistrick, do projeto Cooperação, agregar é fundamental ao esporte. “Há 20 anos me dedico a Educação Física. Fiz da cooperação o meu objeto de estudo. É preciso olhar o outro e perceber que competir pode ser importante, mas o fundamental é agregar. O outro não é meu oponente, todos têm luz e sombra. E preciso que os professores saibam lidar com isso, para auxiliar os jovens a desenvolver o equilíbrio e aprenderem a cooperar”.
Na avaliação de Junivan Rodrigues de Sousa, da EMEF Hélio Tavares, esta formação foi a melhor dos últimos 12 anos. “Eles construíram a informação junto com a gente e isso promove uma mudança no olhar do professor”, comenta. Para Marco Aurelio Alves da Silva, que leciona na mesma escola de Junivan, a formação proporcionou a ampliação de repertório. “Os outros cursos que participei tinham poucas vivências, e esse trouxe uma gama de atividades que serviram para ampliar o nosso repertório. A capoeira, o futebol de rua ou o futebol com as mãos dadas e o tchoukball são exemplos de atividades diferentes que podem deixar a aula mais interessante e participativa. E é isso que fará a diferença.”
Jogo rápido – depoimentos de quem participou
Renata Araujo da Costa EMEF Pe. Aleixo
“Estou trabalhando há dois meses. A troca de experiência e a oportunidade de aprender coisas novas têm contribuído muito para o meu dia-a-dia. Além disso, a simpatia da organização é outro ponto alto, pois me sinto acolhida.”
Leila Minson – EMEF Hélio Tavares
“O curso foi bem dinâmico, os professores são bem preparados. Aprendemos coisas diferentes. O que eles fazem na Fundação Gol de Letra é bem condizente com a realidade que encontramos nas escolas.”
Francisco José de Lima Melo – EMEF Capistrano de Abreu
“Eu sempre participo dos cursos, a experiência dos professores da Fundação Gol de Letra está muito próxima da nossa.”
Joiceleia Batista Alves – EMEF Dama Entre Rios Verdes
“O curso teve muito pratica. O café e a forma de acolhimento também foram diferenciados. As outras vivências que participei sempre ficaram muito na teoria. Essa se aproximou mais da nossa realidade, pois eles também trabalham com crianças em vulnerabilidade.”
Franklin Leandro Martins – EMEF Pe. Jose de Anchieta
“O que chamou mais atenção foi a questão da cultura esportiva, pois estamos no meio de uma briga entre autores e professores. O curso provou é que é possível socializar e educar por meio do esporte. O que tenho aprendido aqui tem influenciado o meu dia a dia. Estamos envolvendo mais os alunos e trabalhando com esportes diferentes como capoeira e agora com tchoukball.”
Elaine Cristina Augusto – EMEF Dama Entre Rios Verdes
“Achei fantástico o curso desde o primeiro encontro. Ele esta proporcionando a reciclagem total de vários conceitos. Além disso, esta fazendo que nós, educadores físicos, resgatemos jogos interativos, rodas de conversa, dentre outras atividades.”
Elisabeth Regina da Silva – EMEF Marina Moretti
“O curso trouxe práticas novas. Não conhecia os jogos cooperativos, mas a ideia é bem interessante.”