Fundação Tide Setubal
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Moradores do Jardim Lapenna fazem cursos na Oficina Escola de Culinária

@Comunicacao

14 de agosto de 2009
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Baião-de-dois, escondidinho de carne-seca, farofa e cocada de maracujá para a sobremesa. Esse foi o cardápio de comida nordestina preparado em 29 de julho pelos alunos da Oficina Escola de Culinária, uma ação integrada ao Programa Ação Família São Miguel Paulista, da Fundação Tide Setubal. As aulas ocorrem nas instalações do Galpão de Cultura e Cidadania, no Jardim Lapenna, em São Miguel, região leste de São Paulo.

 

Gratuitos e abertos à comunidade, os cursos da Oficina tiveram início em junho e vão até novembro de 2009. São cinco módulos independentes: 1) Salgados para Festa; 2) Docinhos; 3) Comida Regional; 4) Bolo Simples; e 5) Pães e Biscoitos. Cada módulo é composto por quatro aulas, com duração média de duas horas e meia cada uma. Os interessados podem cursá-los separadamente. Já há duas turmas em andamento (manhã e tarde), com 20 alunos cada. A previsão é aumentar o número de vagas para 80.

 

Os cursos de culinária integram um projeto de formação e de qualificação profissional, voltado à capacitação para a geração de renda para as famílias, como explica Guiné Silva, assistente de coordenação do Ação Família: “A intenção é fazermos com que os moradores descubram como gerar ou complementar a renda familiar a partir de produtos de qualidade e com baixo custo. Para isso, precisamos mostrar a conexão entre os afazeres domésticos e o mercado de trabalho”, afirma.

 

 

Conceitos e custos de produção

 

As aulas são ministradas pela nutricionista Claudia Amaral Gurgel, profissional do SESI (Serviço Social da Indústria). Para ela, os alunos apresentam elevado interesse no aprendizado e, em função dessa dedicação, o resultado do curso tem sido muito positivo. “Alguns moradores já estão pensando em produzir doces e salgados para vender”, relata Claudia. “E não é só culinária que se aprende aqui, mas também conceitos de higienização e manipulação de alimentos, custos de produção e tipos de embalagem. Os participantes saem da aula com vários princípios básicos”, explica.

 

A baiana Maria de Fátima Casenni, 50 anos, vendedora informal de salgados e moradora do Jardim Lapenna há 17 anos, já aprendeu a economizar matéria-prima. Ela cursou o Módulo 3, de Comida Regional, o qual reuniu mulheres, homens e jovens. “Agora, gasto menos para fazer a mesma quantidade de coxinhas e ainda sujo menos louça”, conta, bem-humorada. Maria de Fátima não tem dúvida sobre a aplicação do conteúdo: “Tudo o que aprendi aqui vou colocar em prática com certeza”.

 

Entre os alunos da primeira turma estão a auxiliar de enfermagem Maria Ângela Barreto, de 50 anos, e seu filho, o comerciante Alexandre Pereira da Silva, de 35 anos. “Minha intenção era fazer uma comida mais gostosa para minha família”, conta Alexandre, referindo-se à esposa Roseli e ao filho Gabriel. “Mas agora já estou pensando em colocar algumas coisas para vender no meu comércio”, completa. A mãe dele disse querer apenas se aprimorar: “Já faço comida há muitos anos, mas é sempre bom aprender coisas novas; não quero ficar parada no tempo”.

 

Para Michelle Vieira de Souza, de 22 anos, moradora do Jardim Lapenna, as aulas representam algo mais. “Eu só sabia fazer o básico, arroz, feijão e bife. Hoje já tenho no meu cardápio coxinhas, docinhos e comidas típicas. No domingo, fiz tortinhas em casa, e minha família adorou”, orgulha-se.

 

Nas instalações do Galpão de Cultura e Cidadania, os alunos dispõem de uma ampla oficina, equipada com todos os utensílios de uma cozinha tradicional, como fogão, panelas e talheres. Todo o material é fornecido pela Fundação e conservado pela comunidade. No fim de cada aula, há degustação dos pratos preparados. Inaugurada em junho, a oficina foi construída com recursos arrecadados no “Jantar do Século”, realizado em 2008, em São Paulo, com chefs internacionais.

 

Na segunda etapa da Oficina Escola de Culinária, além da formação e qualificação, o curso será focado no empreendedorismo. Ou seja, incluirá a orientação para a produção de cardápios diferenciados que serão destinados à venda, gerando renda às famílias. “Queremos resgatar e valorizar a cultura que já faz parte do cotidiano desses moradores, e dessa forma fortalecer a identidade da comunidade. A idéia é encorajá-los futuramente a investir num negócio próprio. E vamos dar suporte e apoio técnico”, explica Guiné.


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