Em janeiro de 2013, a Fundação Tide Setubal passou a desenvolver o Projeto Qualidade de Vida, cujo objetivo é impulsionar o aprendizado de crianças e adolescentes, entre 11 e 15 anos, por meio da interdisciplinaridade escolar, com os docentes trabalhando três pilares essenciais na formação do indivíduo: educação, saúde e esporte. O entendimento base da iniciativa é o de que a junção desses três eixos nos conduz à qualidade de vida no território em que vivemos e onde nos relacionamos. O projeto será desenvolvido em três escolas públicas de São Miguel Paulista, na região leste de São Paulo (SP) e, ainda neste primeiro semestre, deve estar plenamente em curso.
“O trabalho vai acontecer a partir do propósito da integração”, explica Isabel Brunsizian, coordenadora geral do projeto. Segundo ela, na aula de geografia, por exemplo, o professor poderá solicitar a produção de textos sobre manifestações culturais e formação territorial, abordando os alimentos típicos de uma região e estimulando, ao mesmo tempo, o exercício e aprendizado da língua portuguesa. “Nessa perspectiva, ocorre uma reunião de diferentes temas, e o docente vai despertando o estudante para essa noção maior de qualidade de vida”, explica.
Formado por duas coordenadoras e uma auxiliar, o grupo do Qualidade de Vida tem realizado discussões periódicas com os professores sobre a melhor forma de trabalhar o tema na E.E. Pedro Moreira, na EMEF Almirante Pedro de Frontin e no CÉU Três Pontes.
Como o projeto também abrange estudantes, familiares e comunidade, foram estabelecidos de partida quatro públicos-alvo diferentes. O primeiro é composto por professores, coordenadores de ensino e diretores, que, a cada quinze dias, participarão de planos de capacitação que ajudem no atrelamento de conteúdos. O segundo contará com estudantes do nono ano: “por ser uma série com alunos já na adolescência, em fase avançada em relação aos mais novos, estimularemos a elaboração e a concretização de projetos fora da escola, na área de interesse deles, seja em esporte, sustentabilidade ou saúde”, continua Isabel. As reuniões semanais com esse público começam no mês de abril.
O terceiro grupo foca nos familiares dos estudantes e o quarto, nas organizações não governamentais e coletivos culturais da região leste da capital paulista. Ambos serão estimulados a participar de reuniões e apresentações, para debates estratégicos de temas da comunidade com os professores. A coordenadora acredita que essa seja uma boa fórmula, já que, reunidos, os grupos poderão somar processos práticos para efetivação das ideias. “Com ONGs, o primeiro encontro está marcado para o inicio de maio, de maneira a aproximar interesses e concretizar parcerias.”
As oficinas para os docentes têm o propósito de ajudar na idealização do trabalho. Elas acontecem no horário destinado ao planejamento — Jornada Especial Integral de Formação (JEIF), nas escolas municipais, e Horário de Tempo Pedagógico Curricular (HTPC), nas estaduais. O projeto prevê ainda atividades extracurriculares para alunos do oitavo e nono anos.“Nosso objetivo é estimular a ação protagonista dos alunos, criando espaços de reflexão, propondo ações que, ao serem executadas, mostrem que nós podemos construir uma relação saudável com o outro e com o meio em que vivemos”, reitera Isabel.