O estimulo a participação dos jovens e seus familiares em fóruns de mobilização para ampliar as ofertas nas áreas de educação, cultura e esportes é uma das linhas de atuação da Fundação. Um dos exemplos desa ação é o Fórum da Juventude de São Miguel, que reuniu os jovens no Galpão de Cultura e Cidadania do Jd. Lapenna para levantar propostas a serem encaminhadas à subprefeitura de São Miguel, e o Tamo Junto, encontro conduzido por jovens de atividades da Fundação Tide Setubal com a participação de participantes de outras organizações visando mobilizar a juventude por melhorias em sua região.
Dando continuidade a essas ações de mobilização, no dia 29 de maio, o CDC Tide Setubal foi palco de um debate sobre políticas públicas para a juventude com a participação de Ramon Szermeta, membro da Coordenadoria Municipal da Juventude, órgão da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Na plateia, cerca de 150 pessoas de ouvidos atentos para uma questão que os envolve diretamente, entre jovens da EMEF Professor Fernando de Azevedo, da ONG União Cidade Líder e dos projetos Intermídia Cidadã e Espaço Jovem, da Fundação Tide Setubal.
“O governo não pode determinar as políticas públicas sozinho. Ele deve conversar com a população para determiná-las, pois é quem vai utilizá-las”, disse Ramon ao abrir seu seminário, deixando claro qual o objetivo desse encontro: aproximar os jovens do poder público para mobilizá-los para as questões da juventude. “Antes o jovem ficava excluído das políticas públicas. O jovem era um problema e não sujeito de direitos. E ele não é o problema, é parte da solução, faz parte da sociedade”, continuou ele.
Ramon apresentou um panorama geral sobre a questão do jovem em São Paulo. A cidade conta com cerca de 3 milhões de jovens, o que em números percentuais representa cerca de 30% da população. Boa parte dessa população está envolvida com arte, cultura e esporte. Participam de grupos de música 22% dos jovens na cidade, 18% de grupos de dança, 16% de grupos de teatro e circo e 50% de atividades esportivas.
Ele também apresentou dados alarmantes sobre violência e juventude, como o fato de que 1% da população jovem de São Paulo já teve um colega assassinado, 3% já tiveram um parente assassinado, 4% já viram uma pessoa ser assassinada, 28% já viram pessoas armadas, 41% já viram policiais agredindo pessoas e 3% já foram atacadas por pessoas armadas. Estes dados acabaram por dar início a um debate estimulado por Viviane Hercowitz, coordenadora do núcleo Mundo Jovem da Fundação Tide Setubal: o que ajuda os jovens a se manterem distantes da violência?
Foi consenso geral que cultura e esporte são estratégias excelentes para afastar os jovens da violência. “O que pode ajudar a combater a violência é mais cultura e mais conhecimento sobre tudo. Você vai se manter ocupado e distante da violência” disse Fidel, um ex-participante do Espaço Jovem. Também foi citada a importância de que o jovem se sinta ouvido, por tal são tão importantes reuniões como a que aconteceu no CDC com a participação de Ramon.
Também foi discutido o acesso à cidade por parte dos jovens de regiões periféricas, como é o caso de São Miguel Paulista. “Quando se pensa em políticas públicas para a juventude da periferia, pensam em construir quadra. Mas nós queremos ter acesso a outro tipo de cultura, como museus, cinemas e teatros, coisas que só existem no centro da cidade. O centro também é nosso, faz parte de mesma cidade” disse Renata Pires, gerente da ONG União Cidade Líder.
Ao final, Ramon considerou o encontro muito positivo. “São fundamentais encontros como esse. Uma das prioridades dessa coordenadoria é participar desses diálogos com a juventude. Nossa missão é conversar com todos os jovens. Estamos orientando todas as subprefeituras a organizar fóruns para ouvir as demandas deles” disse ele.
Já Renata Pires ressaltou a importância deste tipo de diálogo. “São super importantes espaços como esse, são garantia de direitos! É importante mobilizar os jovens pois ao se tornarem adultos continuarão discutindo e se mobilizando”, disse ela.