Um sarau no Galpão de Cultura e Cidadania, no Jd. Lapenna, e o 4º Encontro Amigos do CDC, no CDC Tide Setubal, encerraram, no sábado, 7 de dezembro, as atividades de 2013 do Um Passe para a Arte e do Programa Clube Escola. Executadas pela Fundação Tide Setubal, as iniciativas oferecem cultura, esporte e cidadania para crianças, adolescentes e jovens. O Clube Escola somou 23.383 atendimentos no ano, no CDC, para 469 inscritos, incluindo Clube Escola e Um Passe para a Arte. Outros 192 foram beneficiados pelo Um Passe para a Arte no Galpão.
Pela manhã, os alunos do Um Passe para a Arte participaram no Galpão do sarau “Um passe para a arte, e para a arte ArteCultura: sol e chuva na cidade sertão”. A seção “Cadências e compassos de danças brasileiras” levou as apresentações de dança afro, jongo, maculelê, frevo, além de puxada de rede e de capoeira. Vestidos com roupas típicas e coloridas, meninos e meninas mostraram a mães, pais, parentes e amigos as manifestações culturais que aprenderam no ano. O batismo da capoeira, modalidade oferecida no Galpão, ocorreu no sábado anterior, 30 de novembro.
Em seguida, o grupo tomou lanche e seguiu de ônibus do Galpão para o Clube Escola Curuçá, para usufruir de piscinas e tobogãs. Por fim, rumou para um churrasco e rodadas de brincadeiras no CDC Tide Setubal. Lá, a partir das 13h, teve início o 4º Encontro Amigos do CDC, com integrantes do Clube Escola. “O objetivo hoje é de confraternização e de diversão entre frequentadores e familiares. Quem veio prestigiar já passou pelo CDC, gosta desse espaço e tem uma relação com ele”, relata Marcelo Ribeiro, gestor do CDC e do Galpão.
As atividades no clube começaram com uma apresentação de dança de alunos do 3º. e 5º. anos da EMEF Alm. Pedro de Frontin. “A integração com essa escola ao longo do ano proporcionou uma boa adesão das meninas, que antes não praticavam os outros esportes e passaram a usar mais o espaço”, conta Marcelo. A seguir, foi a vez da ginástica artística e do campeonato de xadrez. Enquanto isso, uma exposição de máscaras e esculturas com garrafas pet, jornal, gesso e papel mostrou o que os alunos criaram nas aulas de desenho e arte. Paralelamente, na quadra e no campo, aconteceram amistosos de handebol e futebol, dos quais adolescentes e jovens do Jd. Lapenna também participaram, logo após o churrasco.
Resultados e perspectivas
Quanto aos principais resultados do ano, Marcelo aponta a existência de uma parcela de adolescentes já bem adaptados ao CDC, organizando os times, pensando as atividades e apitando os jogos. “Esses já são ‘cria da casa’. E cada vez há menos discussões; estão conversando mais entre eles e chegando a consensos.”. O grupo de vôlei, por exemplo, passou a treinar, espontaneamente, em outros espaços públicos de São Miguel, como CEUs e clubes. “Com nossos passeios, também estreitamos laços com outros equipamentos, como o Clube Escola Curuçá, onde o pessoal do Lapenna foi nadar hoje”. Outro destaque foi a participação no torneio de xadrez no Alphaville Tênis Clube, em outubro. “A equipe do CDC ficou em terceiro lugar, e os nossos jovens também ganharam medalhas individuais, competindo em categorias por idade”, aponta.
Na avaliação do gestor, entre os principais desafios para 2014 estão o aumento da integração do clube com a EMEF Alm. Pedro de Frontin, mesclando o atendimento à escola e à comunidade em geral, e da consolidação desses espaços na região.
Opiniões dos beneficiados
“Estou no meu terceiro ano seguido no Galpão. Participo do Espaço Jovem e da capoeira. E também fiz parte do Vaga Lume. A gente também usa o computador e aprende coisas. Acho que é bom para a nossa educação. E tudo isso tira a gente da rua, de não fazer nada.” – Larissa de Souza Santos, 13 anos, do Jd. Lapenna, aluna do 6º. ano da E.E. Prof. Pedro Moreira Matos, que se apresentou no frevo
“Por aqui não tem diversão, e com a capoeira meu neto se diverte. O professor chama e ele vai. Nunca falta à aula. Aqui, poderia ter até mais atividades ainda, porque os jovens voltam da escola e ficam soltos na bagunça”. – Marilene da Costa, 60 anos, dona de casa, moradora do Jd. Lapenna, avó de Davi de Souza, de 15 anos
“São ótimas essas atividades porque incentivam as crianças a fazerem algo, em vez de ficarem paradas em casa ou só na rua. Elas ocupam o tempo e aprendem sobre cultura e coisas boas, enquanto na rua só tem coisa ruim.” – Vicente Nascimento da Silva, 38 anos, assistente de prevenção de perdas de supermercado, morador do Jd. Lapenna, pai de Valéria da Silva, 13 anos, que se apresentou no jongo
“Já estou fazendo xadrez há mais de dois anos. É legal porque fico mais esperto em matemática. Estou competindo em outros lugares e pretendo continuar.” – Isac Cardoso Matos, 9 anos, aluno do 3º ano da EMEF Alm. Pedro de Frontin, que ganhou o primeiro lugar na competição de sub-10
“Faço xadrez porque me faz feliz. E também porque estava ruim na escola e melhorei em todas as notas. Comecei neste ano e no próximo, quando tiver 9 anos, quero jogar bola aqui.” – Maurício Souza da Silva, 8 anos, aluno do 3º ano da EMEF Alm. Pedro de Frontin, que ficou com o segundo lugar na competição de sub-10
“Muita coisa mudou no meu filho desde que passou a fazer capoeira. A começar pelo crescimento: ele tem problemas e faz tratamento para crescer, e a capoeira está ajudando nisso. Alterou também o comportamento: era meio nervosinho e, com as aulas, está mais calmo.” – Valéria Lopes Freire, 26 anos, mãe de Kevin Freire
“Sinto orgulho de a minha filha estar no batizado de capoeira, pois ela desenvolve bastante a mente e o físico. E a Micaeli fez novas amizades e está mais aberta e mais comunicativa.” – Ana Maria Barbosa, 33 anos, mãe de Micaeli Barbosa, que frequenta oficina de capoeira há um ano