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Fundação Tide Setubal entrevista Bancada Ativista

  . por Bianca Pyl As últimas eleições tiveram desafios muito intensos com a polarização que tomou conta da forma de fazer política. Mas por outro lado, surgiram candidaturas pautadas pela diversidade, com olhar apurado para questões de gênero, raça e LGBTI+.A bancada feminina na esfera federal, até então composta por 53 parlamentares, agora tem […]

29 de março de 2019

 

.

por Bianca Pyl

As últimas eleições tiveram desafios muito intensos com a polarização que tomou conta da forma de fazer política. Mas por outro lado, surgiram candidaturas pautadas pela diversidade, com olhar apurado para questões de gênero, raça e LGBTI+.A bancada feminina na esfera federal, até então composta por 53 parlamentares, agora tem 77 integrantes, o que representa 15% das 513 vagas na Câmara dos Deputados. Um aumento de 5% em relação à eleição anterior. No Senado, o índice se manteve o mesmo: 12 senadoras, o que representa 15% das vagas. Embora ainda distante da paridade num país em que mais de 51% da população é mulher, o percentual é o maior já alcançado por mulheres na Casa.

Conversamos com a deputada estadual Mônica Seixas (PSOL) e a codeputada Paula Aparecida, da Bancada Ativista para falar sobre novas formas de fazer política com um mandato exercido coletivamente, sobre a importância da participação de mulheres nos espaços de poder e também sobre educação.

Você pode falar um pouco sobre essa nova forma de fazer política?

Mônica– Estamos vivendo muitas crises ao mesmo tempo: na política institucional, na economia, no meio ambiente. Além de pessoas terem sido historicamente afastadas dos espaços de poder, agora elas estão desacreditadas das figuras tradicionais que ocupam cargos de poder. Por isso decidimos juntas acessar esse espaço e fazer política sem grandes messias, gurus ou salvadores da pátria, mas com pessoas comuns, como a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras, que têm seus filhos em escolas públicas. Optamos por uma diversidade de pessoas no mandato coletivo para contemplar a diversidade de pessoas da sociedade.

 

Quais os desafios de legislar em conjunto? Nesse curto período vocês já passaram por algo e como contornaram?

Mônica – O maior desafio é dar conta do tempo político, da conjuntura que exige tomadas de decisão muito rápidas e, estar em coletivos, demanda mais tempo para tomar decisões. Estamos nos dividindo em grupos menores para tentar dar contar. Por exemplo, no plenário eu tenho que tomar uma série de decisões rápidas, assinar ou não abertura de uma Frente Parlamentar, responder ou não alguma fala, etc. Acontece a todo momento uma inversão de pauta, eu vou preparada para falar sobre um tema, mas aí acontece de a pauta ser modificada. E por regra da Assembleia Legislativa eu posso no máximo estar em dupla no plenário. Então, tentamos fazer uma consulta com o grupo pela internet, mas nem sempre é possível.

 

Você e os codeputadas e codeputados utilizam serviços públicos, o que é muito diferente da maioria dos parlamentares. Com isso vocês conhecem melhor os problemas de quem utiliza esses serviços, certo? Poderia comentar sobre a importância de ter em cargos públicos pessoas com esse perfil?

 

Mônica – A maioria de nós já usava serviços públicos por condições financeiras. Não é fácil ter filho em escola pública hoje em dia. Meu filho, até hoje, não recebeu material didático. A Anne Ranni, por exemplo, é uma ativista de escola pública. Ela sempre matriculou os filhos em escola pública por uma escolha política. Ela participa do Conselho Escolar, é ativa na rotina da escola. Quando formamos o grupo, a Anne foi uma pessoa que desde o início batalhou para que nós mantivéssemos nossos filhos nas escolas públicas.

Quando transferi meu filho de Itu para uma escola em São Paulo demorei muito tempo para conseguir a vaga. Eu conversei com mães na fila que reclamavam do sistema de georreferenciamento do governo do Estado, que determina a escola sempre em função da casa onde a criança mora. Só que muitas vezes, para as mães esse não é o melhor lugar porque ela trabalha e precisa levar e buscar a criança. Quando questionamos o Estado no papel de parlamentar, ele responde que o georeferenciamento funciona e que não existe fila para conseguir vaga. Como mãe e usuária do serviço público eu sei que não é verdade.

Eu, como mãe, soube no primeiro dia quando faltou merenda na escola do meu filho. Agora como parlamentar posso atuar sabendo exatamente as necessidades de outras mães com filhos em escolas públicas.

 

Quais machismos vocês percebem no dia a dia da Assembleia Legislativa?

 

Mônica – No plenário notamos que o clima é feito de uma forma masculina de fazer as coisas, é violento, é no grito, no ataque, na competição, no xingamento. No primeiro dia em que votamos a presidência da Assembleia, se você olhar uma foto, vai  ver homens de ternos cinza e eu acoadíssima em um canto [Mônica foi candidata ao cargo de presidente da Assembleia]. O clima é bem bélico, com parlamentares militares e suas armas na cintura, que não estão visíveis, mas sabemos que eles estão armados. 

E nós somos tratadas no diminutivo “fofinha” “bonitinha” “que engraçadinha”. Mas para a política de fato, não consideram sequer convidar a gente para o debate. Para os parlamentares eu não sou “vossa excelência” eu sou “fofinha”.

 

Qual a importância de a mulher ocupar cargos políticos no Executivo, Legislativo, Judiciário etc?

Mônica A forma de organização social, os acordo políticos, as regras, a arquitetura tudo foi feito pelos homens para uma realidade deles. Quando as mulheres começam a participar de um espaço de decisão, a forma de organização social das mulheres é completamente outra. As mulheres circulam mais na cidade, para levar e buscar os filhos na escola, para acompanhar algum familiar ao médico, para ir ao supermercado. Se as mulheres tivessem feito a arquitetura das cidades, será que teríamos problemas para andar com carrinhos de bebê na calçada?

Está na hora de tomarmos esses espaços da política institucional, boa parte da falência do sistema político é porque ele é baseado no machismo. A mudança será feminista.

PaulaA nossa sociedade funciona na lógica da competição e da disputa, da busca por poder e não da cooperação. Do ponto de vista dos gêneros, vemos as mulheres ocupando espaços que são o oposto disso, espaços de cuidado, da cooperação, do cuidado com a criança, com os mais velhos e as famílias. Elas carregam essa experiência de resiliência do cuidado, de esperar, de perguntar se é o momento ou se não é. Essa questão filosófica caminha lado a lado com a questão da equidade de gênero. É muito importante representatividade nos espaço de poder porque são nesses espaços que se decidem sobre as vida das pessoas, e é necessário ter a visão das mulheres nessas decisões.

As mulheres hoje têm aprendizados e experiências que vão na contramão do controle, da disputa e do egocentrismo patriarcal que domina a política de uma modo geral. Nem todas as mulheres, claro. É preciso considerar um critério de classe e raça também. As mulheres trabalhadoras têm mais resiliência e mais experiência de pensar no cuidado, de cuidar das crianças, das vizinhas. E as mulheres negras mais ainda por conta do racismo estrutural.

Como as mulheres podem se organizar para ganhar espaço na política institucional? 

Mônica Ainda é muito difícil as mulheres se organizarem para serem candidatas, a forma como acontece uma eleição é uma violência para muitas de nós. No meu caso e da Anne, que somo mães, praticamente entregamos o cuidado dos nossos filhos para uma terceira pessoa. Isso tem seu peso.

Nosso tempo é muito menor do que o dos homens para se dedicar à política, chegar até aqui é muito difícil. Os homens têm mais tempo de dedicação, dizem que o discurso deles são melhores, eles são mais resistentes a esse espaço. Todos esses obstáculos cotidianos colocam os homens à frente em uma disputa política.

PaulaEu acho que pode existir uma frente única, digamos assim, que pode revolucionar a política. A união de mulheres brancas que têm mais acesso aos espaço de poder e as mulheres negras da periferia que tem a tecnologia da resiliência, de saber trabalhar no coletivo. Essa união traz uma possibilidade de revolucionar a quantidade de mulheres na política, pode se tornar uma maioria.

Paula, você pode falar um pouco sobre as pautas de Educação da Bancada Ativista? Quais serão os principais desafios?

Em relação à Educação, nós queremos ouvir os pais, os alunos e professores para criar uma política pública de Educação que seja real. Nesse processo, queremos empoderar essa população para poder decidir sobre a Educação.

Por exemplo, em relação à questão da merenda escolar, muitas escolas têm espaços vazios que podem virar hortas comunitárias, que os alunos irão cuidar e depois comer a comida que plantaram. E o próprio cardápio da merenda escolar também: que ele seja decidido pela comunidade, com apoio de nutricionista, para ser mais real e econômico, levando em consideração as produções que existem próximas das escolas.

Queremos propor mais autonomia para os conselhos escolares, atualmente o presidente é o diretor da escola, não é obrigatório ter reuniões mensais, não existe rito da eleição dos conselheiros, normalmente são os pais amigos dos diretores. Podemos também dar autonomia para a comunidade escolar, promover uma cultura de paz nas escolas.

Paula, os temas relacionados com a redução das desigualdades, questões de gênero e de raça não estão no currículo escolar das escolas públicas. Como mudar isso? E qual a importância de se mudar isso?

A questão da formação dos professores em questões de gênero e raça nas escolas é importante. Nas escolas do Estado não existe nada disso, o professor não é dispensado da aula para fazer cursos, não existem encaminhamentos para esses temas cheguem na sala de aula.

Para funcionar precisamos de mecanismo sistêmico, permitir ao professor de fazer cursos sobre esses temas, sem descontar do seu salário ou acumular o trabalho com os cursos. E planejar em conjunto como aplicar isso para a realidade da sala de aula, com participação de pais e alunos. Mas é preciso recurso para essas formações.

É preciso fortalecer os trabalhadores e trabalhadoras da Educação para que Núcleos de Estudo de gênero e raça sejam fortalecidos, não adianta só criar materiais e formações que nunca chegam na sala de aula. A escola tem que mimetizar e debater o que está na realidade, na vida real dos alunos. Se a mulheres são maioria na humanidade e se essa maioria é oprimida, isso tem que ser discutido em sala de aula, os professores têm que ser formados para debater isso e fomentar para que os alunos sejam sujeitos de transformações.

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