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“O Trançado” retrata o saber ancestral da comunidade de Santarém (PA)

Fomento a agentes e causas

29 de novembro de 2023
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O que forma a identidade de uma população e a torna conhecida? E como preservar tradições fortalece a sua herança cultural e ancestral? Essas perguntas guiam o público a uma ode à preservação de raízes no curta-metragem O Trançado, do coletivo Souza.Doc, de Santarém (PA). A produção faz parte da terceira temporada da websérie Ancestrais do Futuro.

 

Na trama, a produção por meio do trançado na palha do tucumã é um saber-fazer cuja transmissão ocorre de geração em geração e representa uma herança dos povos indígenas. Esse saber ancestral faz a atividade artística ser reconhecida, então, como patrimônio cultural e imaterial de Santarém.

 

Desse modo, o foco do filme está nesse processo artesanal, por meio de visita à comunidade Vila Coroca, às margens do rio Arapiuns. E, consequentemente, conhecer a Associação de Artesãs e Artesãos das comunidades Vista Alegre, Nova Pedreira e Coroca no rio Arapiuns (AARTA ).

 

De acordo com Rute Araújo, roteirista e produtora do filme, o objetivo inicial para a produção de O Trançado consistiu, então, em retratar um patrimônio imaterial do território. Idem promover conscientização sobre o debate a respeito da preservação do que constitui a identidade e a história de um povo.

 

“Percebemos que estamos perdendo a nossa cultura, o nosso saber fazer e o nosso modo de viver. Querendo ou não, nós, que somos da Amazônia, temos vivência completamente diferente de pessoas de outras partes do país, principalmente do Sul e do Sudeste”, explica.

 

Pelo direito de contar a própria história

Durante o lançamento presencial da temporada 3 de Ancestrais do Futuro, Rute Araújo destacou um ponto que remete ao esvaziamento do protagonismo da comunidade Vila Coroca – uma constante em diversos territórios para além de regiões consideradas centrais.

 

“Uma pessoa, de outro lugar, vem e fala que produzirá um conteúdo, mas some. E, simplesmente, leva essa história para outro lugar e conta como quer e com a narrativa dela. Isso é algo que nós, amazônidas, sabemos muito”, comenta.

 

Por fim, Rute reforça que a premissa de O Trançado consiste em contar a história sob o ponto de vista da comunidade de Vila Coroca. “É a partir deles que conheceremos a própria história. É ao ouvir deles e sabermos que eles estão contando com suas narrativas e entenderem que são importantes. Idem sobre a visão, a sua ancestralidade e modo de viver deles serem importantes – e que devem ser repassados.”

 

 

 

Assista ao curta-metragem O Trançado

 

Sobre a série

Em pontos distintos do mapa do Brasil, jovens mobilizam-se para contar histórias e ressaltar as ancestralidades que inspiram e fomentam a ação, ao evidenciar memórias do presente que estarão nos nossos futuros. A série é composta por cinco episódios:

 

 

  1. Sem Encruzilhada – Negritar Produções, Belém (PA);
  2. Marias do Sul – DDB7 Produções, de Londrina (PR);
  3. Um Campo e Suas Vidas – Força Tururu, de Paulista (PE);
  4. O Trançado – Souza.Doc, de Santarém (PA);
  5. Neurótico e Consciente – Olhar Marginal, da Baixada Santista (SP).

 

Por fim, os lançamentos dos episódios ocorrem sempre às quartas-feiras, até 6 de dezembro, no Canal Enfrente (youtube.com/canalenfrente).

 

 

 

Texto: Amauri Eugênio Jr. / Foto: Reprodução / O Trançado


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